A Anistia Internacional afirmou ter encontrado evidências de que Israel utilizou munições de fósforo branco no Líbano durante confrontos com o Hezbollah. A informação consta em um relatório divulgado pelo órgão na última terça-feira (31/10).
Segundo a organização, a munição proibida internacionalmente em áreas civis foi utilizada por forças israelenses entre 10 e 16 de outubro.
Em 16 de outubro, um ataque de Israel feriu ao menos nove civis, e deve ser investigado como crime de guerra, disse o relatório. “A utilização ilegal de fósforo branco no Líbano, na cidade de Dhayra no dia 16 de outubro, colocou seriamente em perigo a vida de civis, muitos dos quais foram hospitalizados e deslocados, e cujas casas e carros pegaram fogo”, afirmou a diretora regional adjunta do Oriente Médio e Norte da África na Anistia Internacional, Aya Majzoub.
Além de Dhayra, a Anistia Internacional diz ter reunido provas de que o governo de Benjamin Netanyahu disparou munições de fósforo branco nas cidades de al-Mari e Aita al-Chaab, na fronteira entre Israel e Líbano.
Esta não é a primeira vez que Israel é acusado de utilizar munições proibidas internacionalmente contra civis. Poucos dias após o início do conflito com o Hamas, o Ministério das Relações Exteriores da Palestina e o Observatório Europeu dos Direitos Humanos denunciaram o governo de Benjamin Netanyahu pelo uso de bombas contendo a substância na Faixa de Gaza.
As bombas de fósforo branco, apesar de serem explosivos menos letais quando comparado a outros, possuem um alto poder de destruição. Munições desse tipo sofrem uma combustão espontânea ao entrarem em contato com o oxigênio, e provocam explosões, fogo e fumaça que não se apagam com água. Além disso, podem causar tosse, irritação, queimaduras graves e até falência de órgãos em seres humanos. Seu uso em áreas civis é proibida internacional pela Convenção de Genebra, e pode configurar um crime de guerra.
Israel x Líbano
Desde o início do conflito entre Israel e Hamas, no último dia 7 de outubro, a fronteira do Líbano tem sido alvo constante de tensões.
Diversos bombardeios entre forças israelenses e o Hezbollah aconteceram na fronteira libanesa. O grupo, financiado pelo Irã, tem sido um dos maiores apoiadores do Hamas no conflito contra Israel, que está prestes a completar um mês.
Além de reivindicar diversos ataques contra posições israelenses, o Hezbollah já fez ameaças de abrir uma nova frente contra Israel, e disse estar em “alerta de guerra” após os acontecimentos na Faixa de Gaza.