ONU: ataques de Israel contra refugiados são possíveis crime de guerra

Segundo equipes de resgate, famílias inteiras foram dizimadas. ONU diz que bombardeios de Israel podem constituir "crimes de guerra"

atualizado 02/11/2023 13:54

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Foto colorida de cenário após ataque de Israel a Faixa de Gaza - Metrópoles Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images

Na quarta-feira (1º/11), o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse estar “chocado” com os ataques ao campo de Jabaliya, que foi alvo de novos bombardeios na terça (31/10) e quarta-feira. Os ataques deixaram 195 mortos, 777 feridos e 120 desaparecidos, segundo o Hamas.

De acordo com as equipes de resgate, “famílias inteiras” foram dizimadas. Segundo o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, os bombardeios podem constituir “crimes de guerra”, “dado o grande número de mortos e a destruição”.

Egito prepara retirada de estrangeiros

Em uma reunião com diplomatas estrangeiros, o vice-ministro das Relações Exteriores do Egito, Ismail Khairat, disse nesta quinta-feira (2/11) que o Egito está se preparando “para facilitar a recepção e retirada de cidadãos estrangeiros de Gaza através da travessia de Rafah”, a única que não é controlada por Israel.

Segundo ele, o grupo inclui “cerca de 7.000 estrangeiros” de “mais de 60 nacionalidades”, de acordo com um comunicado divulgado pelo ministério nesta quinta (2/11).

Na quarta-feira, 76 palestinos (46 feridos e 30 acompanhantes) e mais de 300 estrangeiros e cidadãos com dupla nacionalidade conseguiram deixar Gaza através da passagem.

Entre os estrangeiros estavam italianos e franceses. O presidente americano, Joe Biden, disse que americanos também integravam o grupo e garantiu que foi graças à liderança dos Estados Unidos e à ajuda do Catar que a retirada foi possível.

Netanyahu promete vitória contra Hamas

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu “vitória” contra o Hamas. O movimento islâmico tem uma escolha entre “morrer ou se render incondicionalmente”, disse o ministro da Defesa, Yoav Gallant, na quarta-feira.

“O povo palestino merece paz e segurança. Em vez disso, eles estão sendo usados como escudos humanos”, disse o porta-voz militar israelense, Richard Hecht.

A guerra contra o Hamas, que entrou em seu 27º dia nesta quinta-feira (2/11), teve início após o ataque do movimento islâmico em 7 de outubro em Israel a partir da Faixa de Gaza, controlada pelo grupo extremista.

Desde então, o exército israelense tem bombardeado o enclave de 362 km², que está cercado, e onde vivem 2,4 milhões de palestinos. As forças israelenses vêm intensificando as operações terrestres há quase uma semana.

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Homem chora após ver familiares mortos na Faixa de Gaza

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Prédio destruído após ataque de Israel contra a Faixa de Gaza

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Israel continua a bombardear a Faixa de Gaza

Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images

Dezenas de combatentes mortos

O exército israelense disse nesta quinta-feira que matou “dezenas” de combatentes durante a noite, depois que “terroristas no norte da Faixa de Gaza dispararam e detonaram explosivos e lançaram granadas.

Segundo Israel, Ibrahim Biari, um dos líderes do Hamas, morreu neste bombardeio.

Situação piora em hospitais

Mohammed Abu Selmeya, diretor do Hospital al-Shifa, de Gaza, o maior do território, alertou sobre o risco de “desligamento do gerador principal” devido à falta de combustível.

“Se esse gerador parar, bebês poderão morrer dentro de incubadoras, assim como pacientes em unidades de terapia intensiva e que estão sendo operados em salas de cirurgia.”

Outros estabelecimentos, como um hospital de tratamento de câncer financiado pela Turquia, está fora de serviço por conta da escassez de combustível e danos causados por ataques aéreos na área, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A área ao redor do Hospital Al-Quds, na Cidade de Gaza, também foi palco de intensos bombardeios por mais de duas horas, informou o Crescente Vermelho palestino na noite de quarta.

Mais de 20 mil feridos em casa

Mais de 20.000 feridos continuam em Gaza, “com acesso limitado a tratamentos”, segundo a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). O Ministério da Saúde do Hamas anunciou na quarta-feira que 8.796 pessoas, incluindo 3.648 crianças, foram mortas na Faixa de Gaza desde 7 de outubro.

De acordo com a fonte, 132 profissionais de saúde morreram e mais de 2.000 pessoas estão desaparecidas sob os escombros.

Na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967, mais de 125 palestinos foram mortos por soldados ou colonos israelenses desde 7 de outubro, segundo a Autoridade Palestina.

Em Israel, mais de 1.400 pessoas morreram, a maioria civis, no ataque do Hamas que deu início à guerra, segundo as autoridades.

Pelo menos 240 pessoas foram sequestradas pelo Hamas e levadas para Gaza, segundo o governo israelense. Quatro mulheres foram libertadas até o momento e dezesseis soldados israelenses foram mortos.

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