CPI: Torres repete discurso e diz que nunca pediu para PRF interferir na eleição

Em leitura incial de defesa, na CPI do DF, ele repetiu o discurso da CPMI e defendeu planejamento contra 8 de Janeiro

atualizado 10/08/2023 15:14

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Celular Anderson Torres depõe em CPI do 8/1 na CLDF Hugo Barreto/Metrópoles

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres presta depoimento na manhã desta quinta-feira (10/8) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, em andamento na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). No início da sessão, ele repetiu a defesa feita na CPMI do Congresso, e disse que nunca pediu para a Polícia Rodoviária Federal interferir na eleição.

“Minha ordem para a PRF sempre foi desbloquear imediatamente as vias. É um trabalho difícil, porque quando se fecha o país com carretas, pessoas, cordão humano… Mas a ordem sempre foi para desocupar. Até a munição não letal da PRF acabou de tanto material usado para coibir. O ex-presidente fez um vídeo pedindo para desocupar as estradas e acho que foi daí que a coisa começou a fluir melhor”, disse.

Acompanhe:

Depois da oitiva de Torres na CPMI, o diretor-geral da PRF no governo de Bolsonaro Silvinei Vasques acabou preso. Detido nessa quarta-feira (9/8) pela Polícia Federal (PF), ele é investigado por suposto uso da máquina pública para interferir na eleição de 2022.

Silvinei se tornou alvo de críticas depois das operações da PRF no dia do segundo turno das eleições. As ações policiais ocorreram em diversas estradas do país, principalmente no Nordeste, região em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve mais votos no primeiro turno.

Torres se reuniu com o ex-diretor da PRF horas após as polêmicas blitze, mas disse ter ido a Salvador para acompanhar a execução de obras da Superintendência da PF na Bahia.

Sobre o 8 de janeiro de 2023, o ex-ministro e ex-secretário afirmou que o planejamento para conter manifestações violentas não foi cumprido.

“Importante, ainda, relembrar que o Protocolo de Ações Integradas [PAI] previa o fechamento da Esplanada em alguns casos. O que posso afirmar com toda segurança é que houve falha grave na execução do PAI. Se tivessem cumprido à risca o plano, os atos de vandalismo de 8 de janeiro não teriam se consumado.”

Acampamento QG

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres rebateu informações de militares do Exército Brasileiro em relação à retirada do acampamento golpista em frente ao Quartel-General da Força Armada em Brasília. Em depoimento na manhã desta quinta-feira (10/8), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos , Torres disse haver “alguma coisa errada” na versão apresentada.

A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) também ouviu Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP), responsável pela área. Na ocasião, o general argumentou que o Exército tentou “o tempo todo, desde o início, desmotivar o acampamento”.

No entanto, Torres lembrou de operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) mobilizadas para retirar os manifestantes do acampamento e que acabaram barradas pelas Forças Armadas.

“Não vou comentar o depoimento do general aqui. Mas houve operação com 500 policiais militares ali parados, esperando autorização do Exército para retirar o acampamento. Alguém vir aqui e dizer que [a PMDF] não agiu, [que] não era atribuição [dela], [que] não estava fazendo, é meio complicado. Precisa ser apurado por essa CPI. A PMDF chegou a colocar 500 policiais para retirar o equipamento, ano passado, e eles não permitiram. Tem alguma coisa errada nesse depoimento, com todo respeito. Precisa ser apurado, isso aí”, afirmou.

Além disso, Anderson Torres afirmou que uma operação contra os acampamentos estava marcada para começar em 10 de janeiro de 2023. “Na minha primeira semana, uma das primeiras medidas que tomei foi para tirar o acampamento dali. Organizar para retirar.”

Requerimentos

Antes do início da sessão, a CPI aprovou uma série de requerimentos de documentos para aprofundar as investigações. Entre eles, os distritais pediram à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) o compartilhamento do depoimento de Jorge Eduardo Naime, coronel da PMDF atualmente preso, e aprovaram a convocação de Beroaldo José de Freitas Júnior, subtenente corporação, para ser ouvido como testemunha.

 

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Anderson Torres solicitou que depoimentos do PAD na PF sejam anexados a inqúerito no STF

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Ele já havia prestado esclarecimentos na CPMI do Congresso Nacional na última terça-feira (8/8)

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Depois da oitiva de Torres na CPMI, o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o governo de Bolsonaro, Silvinei Vasques, acabou preso

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A CPI da CLDF também pediu imagens de câmeras da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF); ofícios à PMDF; e detalhes de planejamentos, ordens de serviço ou documentos equivalentes das operações feitas por departamentos estratégicos da Polícia Militar nos últimos 24 meses.

Torres na CPMI

Acusado por omissão, Torres depôs por mais de oito horas na CPMI do 8/1 nessa terça-feira (8/9). O ex-ministro aproveitou a ocasião para se defender sobre a minuta do golpe, encontrada na casa dele.

“Em 10 de janeiro, durante busca e apreensão em minha casa, a polícia encontrou um texto apócrifo, sem data, uma fantasiosa minuta que vai para a coleção de absurdos que, constantemente, chegam aos detentores de cargos públicos. Vários documentos vinham de diversas fontes para que fossem submetidos ao ministro”, justificou.

Torres classificou a proposta como uma “aberração jurídica” e “imprestável para qualquer fim”. O ex-ministro também negou ter encaminhado o documento para outra autoridade, à época em que atuava na função.

Veja trecho do depoimento:

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