Atos do 8/1: como o relatório final da CPMI vai impactar a CPI do DF

Distritais já se movimentam para elaborar relatório de CPI do DF, que começou antes e termina depois de CPMI, ouvindo mais envolvidos

atualizado 17/10/2023 23:49

Compartilhar notícia
Vinícius Schmidt/Metrópoles

Logo após a divulgação do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, elaborado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), integrantes da CPI do Distrito Federal já se movimentaram. Entre críticas e apoios ao texto apresentado no Congresso Nacional, os deputados distritais marcaram para o próximo dia 30 uma reunião para debater o relatório a ser apresentado pela Comissão da Câmara Legislativa, que começou as sessões antes do trabalho federal e vai terminar depois.

Foram mais de mil páginas apresentadas por Eliziane Gama à CPMI, que pedem o indiciamento de 61 pessoas, entre civis e militares. Dentre os nomes, estão o do ex-presidente Jair Bolsonaro, dos ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, e do ex-chefe da Ajudância de Ordens Mauro Cid. Imputar crimes a figuras politicamente fortes como essas acabou pressionando a CPI do DF, que produziu um trabalho cronologicamente mais extenso e poderia ser criticada caso “pegasse leve” com os envolvidos na trama golpista.

“O que vimos foi um relatório tenso, com substância, que traz mais responsabilidades ainda para que a gente possa ter um bom texto final também”, pontua o presidente da CPI do DF, Chico Vigilante (PT).

A esquerda da Câmara Legislativa quer que o documento apresentado pela Comissão da capital passe uma mensagem clara de que “nenhuma tentativa de golpe pode prevalecer no Brasil”, como cita Fábio Felix (PSol).

“O relatório foi muito forte. A relatora foi séria e acho que trouxe tudo com muita clareza. Toda a trama golpista, desde não reconhecer o resultado das eleições até o 8 de Janeiro, tem relação direta com quem formulou essa ideia, que foi o ex-presidente Bolsonaro”, comentou o deputado.

1 de 14

Deputado distrital Fábio Felix (PSol)

Hugo Barreto/Metrópoles
3 de 14

Deputado distrital Hermeto (MDB)

Hugo Barreto/Metrópoles
4 de 14

Hugo Barreto/Metrópoles
5 de 14

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa (CLDF) ouviu o depoimento de Ana Priscila, na manhã de quinta-feira (28/9). Ela é apontada como uma das lideranças do movimento bolsonarista que invadiu os prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro

Hugo Barreto/Metrópoles
6 de 14

Deputados distritais na oitiva de Walter Delgatti

Breno Esaki/Metrópoles
7 de 14

O major do GSI José Eduardo Natale

Breno Esaki/Metrópoles @BrenoEsakiFoto
8 de 14

Presidente vai pedir prorrogação de prazo da CPI

Francisco Dutra / Metrópoles
9 de 14

Hugo Barreto/Metrópoles
10 de 14

O autônomo Armando Valentin Settin Lopes de Andrade, 46 anos, acabou detido em flagrante horas depois de participar da invasão às sedes dos Três Poderes

Eurico Eduardo / Agência CLDF
11 de 14

“Não vou comentar o depoimento do general aqui. Mas houve operação com 500 policiais militares ali parados, esperando autorização do Exército para retirar o acampamento. Alguém vir aqui e dizer que [a PMDF] não agiu, [que] não era atribuição [dela], [que] não estava fazendo, é meio complicado. Precisa ser apurado por essa CPI", afirmou

Hugo Barreto/Metrópoles
12 de 14

Na ocasião, Cid também fez uso do direito ao silêncio em praticamente toda a oitiva

Breno Esaki/Metrópoles
13 de 14

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Equilíbrio

Mas, ao mesmo tempo em que o documento final da CPI do DF sofre a pressão de manter a linha ofensiva contra golpistas, há o desafio de continuar o equilíbrio técnico que dialogue com a forma como foram conduzidas as sessões. Boa parte dos depoentes que foram ouvidos em oitivas no Congresso e na Câmara Legislativa criticaram a “espetacularização” da CPMI e elogiaram a serenidade dos distritais.

O relator da CPI do Distrito Federal, deputado Hermeto (MDB), é enfático avaliando o documento apresentado por Eliziane: “Extremamente político”. “Eu não vou fazer questão política, nem ideológica. Vou ser técnico, vamos indiciar com provas, sem briga de direita e esquerda, e jamais indiciar uma pessoa que sequer foi à CPI, como fizeram no Congresso. Ela pegou o relatório da Procuradoria e acrescentou algumas coisas”, critica o emedebista.

Outra crítica ao texto da senadora vem da base da oposição ao governo Lula (PT). A distrital e ex-federal Paula Belmonte (Cidadania), por exemplo, avalia que o documento apresentado pela CPMI traz responsabilizações questionáveis às forças de segurança do DF e não alcança pontos importantes relacionados às possíveis omissões do governo federal.

“É temeroso fazer uma análise profunda sobre um relatório tão extenso, que já está concluído, enquanto o nosso ainda está em fase de conclusão. De pronto, é possível identificar que o relatório da CPMI não contempla questões importantes, como o sumiço dos vídeos do Ministério da Justiça. Também questiono e repudio a responsabilização das forças de segurança do DF”, afirmou a distrital.

Relatório paralelo

Eliziane Gama, que integra a base do governo Lula, pediu o indiciamento de cinco ministros de Bolsonaro, e incluiu ex-comandantes das Forças Armadas, sendo eles Almir Garnier, da Marinha, Marco Antônio Freire Gomes, do Exército. Ela pede o indiciamento dos envolvidos por crimes como associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de estado. Paralelamente, a oposição do Congresso também apresentou um relatório.

Nele, os indiciados incluem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Justiça, Flávio Dino, o ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Marco Edson Gonçalves Dias, e o ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha, por exemplo.

Ao longo das sessões da CPI do DF, já houve uma série de burburinhos nos corredores sobre a possibilidade de apresentações de relatórios paralelos, o que não afasta a possibilidade de uma repetição desse movimento dos federais e senadores. Todo documento final apresentado por relatores de Comissões Parlamentares de Inquérito precisam passar por discussão e aprovação. Os chamados relatórios paralelos só são apreciados caso o texto principal seja rejeitado.

A CPI da Câmara Legislativa tem prazo para o fim dos trabalhos marcado para 5 de dezembro, mas o cenário atual caminha para que as sessões terminem antes. Na próxima sessão, quinta-feira (19/10), será ouvido o major da reserva da Polícia Militar do DF Cláudio Mendes dos Santos, acusado de ser um dos líderes do acampamento golpista.

Compartilhar notícia
Tá bombando
Últimas notícias
  • JWPLAYER

    <div style=”position:relative;overflow:hidden;padding-bottom:56.25%”><iframe src=”https://cdn.jwplayer.com/players/yuagbah7-UoHZWlYw.html” width=”100%” height=”100%” frameborder=”0″ scrolling=”auto” title=”CBMDF combate queimada em mata próxima a Papuda.mp4″ style=”position:absolute;” allowfullscreen></iframe></div> Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do Metrópoles DF no Instagram. Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente. Faça uma […]

  • JWPLAYER

    Aqui vai o embed: Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar
Sair da versão mobile