A delegada da Polícia Federal Isabela Muniz Ferreira atraiu a atenção de Carlos Bolsonaro na condução de dois inquéritos envolvendo Jair Bolsonaro e outros membros da família. Ela foi citada pela assessora do vereador em conversa com o então presidente da Agência Brasileira de Informação (Abin), Alexandre Ramagem, em um pedido de “ajuda” para, supostamente, saber sobre o andamento das investigações.
Para a Polícia Federal, a conversa evidencia a existência de uma “Abin paralela” usada em benefício do núcleo político dos Bolsonaro.
Isabela Muniz nasceu em volta Redonda e entrou na Polícia Federal em 2017. A delegada já ocupou a chefia de Repressão a Crimes Previdenciários da Superintendência da PF em Rondônia e hoje atua no Núcleo de Inquéritos Especiais da PF em Brasília.
Na conversa com Ramagem, descoberta pela PF após a quebra do sigilo telemático do delegado, alvo de operação na semana passada, Luciana Almeida, assessora de Carlos Bolsonaro, cita os inquéritos 73.630 e 73.637 sob responsabilidade de Isabela Muniz.
De acordo com a PF, ao contrário do que diz Luciana na conversa, os inquéritos mencionados não têm relação com o clã Bolsonaro, mas “no período existiam investigações em andamento no interesse dos sujeitos”, o que indica que a assessora teria pedido acesso aos inquéritos errados.
