O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, começou, ainda no feriadão, a fazer o dever de casa sugerido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Em reunião na terça-feira (31/10), Lira sugeriu que Haddad procurasse líderes partidários em busca de apoio para votar uma medida provisória que pode render R$ 35 bilhões à União em 2024.
A MP em questão trata da subvenção do ICMS e é considerada pela equipe econômica como fundamental para o plano de alcançar a meta de déficit zero nas contas públicas no próximo ano.
O ministro da Fazenda seguiu a orientação do presidente da Câmara e passou a ligar para líderes de bancadas da Casa, para tentar destravar a votação da medida provisória.
Um dos que receberam ligações do chefe da equipe econômica durante o fim de semana para falar sobre a MP foi o líder do PSD na Câmara, deputado Antônio Brito (BA).
Ainda como parte da estratégia, Haddad deve participar, nesta quarta-feira (8/11), da reunião do colégio de líderes da Câmara para falar sobre a proposta.
Lira jogou a real
Como noticiou a coluna, em reunião na terça, da qual o presidente Lula também participou, o ministro da Fazenda fez um apelo a Lira para que a MP da subvenção seja votada ainda em 2023.
Responsável por decidir quando a proposta será votada, Lira prometeu ajudar, mas jogou a real para o ministro, ao deixar claro que há muita resistência à medida, sobretudo de políticos do Norte e Nordeste.
A resistência se deve ao fato de que a MP muda as regras de tributação de incentivos fiscais e exclui incentivos concedidos pelas superintendências do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e do Nordeste (Sudene).
