O futuro indicado por Lula ao comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) terá de se posicionar sobre o relatório da CPMI do 8 de Janeiro antes mesmo de tomar posse no cargo.
A posição será cobrada por senadores durante a sabatina do indicado à PGR no Senado, ainda sem data para acontecer, uma vez que o presidente da República sequer anunciou seu escolhido.
A cobraça partirá de senadores governistas. A ideia é questionar o futuro procurador principalmente sobre a lista de indiciamentos pedidos pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
O objetivo dos governistas é evitar que as conclusões da CPMI tenham o mesmo destino do relatório da CPI da Covid-19, que acabou enterrado nas mãos do então procurador-geral da República, Augusto Aras.
A única maneira de o futuro PGR escapar dos questinamentos é se a atual PGR interina, Elizeta Paiva Ramos, der andamento aos pedidos de indiciamento antes da sabatina, algo considerado improvável pelos senadores.
Relatório da CPMI
O relatório de Eliziane pede o indiciamento de 61 pessoas. Dentre elas, o ex-presidente Jair Bolsonaro, a deputada Carla Zambelli (PL-SP), o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Além deles, a senadora pediu o indiciamento de uma série de militares da reserva, como os generais Braga Netto, Augusto Heleno, Luiz Eduardo Ramos, Paulo Sérgio, Freire Gomes e o almirante Almir Garnier.