O Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) e o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), principais sindicatos representantes dos servidores do Executivo federal, realizam, na tarde desta terça-feira (12/12), uma paralisação por reajuste salarial, para pressionar, ainda mais, o governo.
Os servidores reclamam de “muito diálogo e pouca efetividade” por parte do governo federal. O presidente do Fonacate, Rudinei Marques, pediu: “Chega de retórica! [Queremos] Mais efetividade, propostas concretas e resolutividade. É isso que a gente vai cobrar hoje nesta mobilização nacional”.
Em uma live do canal Faixa Livre, pouco antes do início da paralisação, Rudinei lembrou que já há categorias fazendo greves, como auditores da Receita Federal e funcionários de algumas universidades.
“É uma coisa que está começando. É incipiente ainda, mas pode se avolumar e pode se avolumar a ponto de chegar à situação em que a gente chegou em 2012, no governo Dilma, que foi a maior greve do serviço público federal, justamente por conta dessa protelação que a gente está vendo agora”, afirmou ele.
Segundo o líder sindical, ainda está cedo em falar em uma greve geral, mas o governo precisa ser alertado para parar de “subestimar” o funcionalismo. “Não vamos admitir mais essa protelação”, completou Rudinei.
O Fonacate transmite os atos da mobilização nacional desta terça pelo YouTube. Assista à transmissão:
A paralisação ocorre dias antes da sexta e última reunião de 2023 da Mesa Nacional de Negociação Permanente, que vai acontecer na próxima segunda-feira (18/12). Na ocasião, os representantes dos servidores esperam uma proposta de reajuste salarial para o próximo ano.
Promessa de proposta de reajuste a servidores
Em meados de novembro, o governo informou que apresentaria, até 15 de dezembro, nova proposta para o reajuste dos servidores da União. No entanto, a apresentação foi adiada por algumas dias, para coincidir com a data de realização da última mesa de negociação.
“O governo está trabalhando fortemente para poder conseguir espaço orçamentários, espaço financeiro, para consolidar uma proposta que, até o fim do ano, esperamos poder apresentar ao funcionalismo público”, adiantou José Lopez Feijóo, secretário de Relações de Trabalho do MGI.
Até o momento, há um total de R$ 1,5 bilhão disponível para a correção salarial dos servidores federais, o que equivaleria a menos de 1% de reajuste em 2024.
Os servidores, porém, demandam um reajuste maior, que depende de inclusão no Orçamento de 2024, em vias de ser aprovado pelo Congresso.
Orçamento de 2024 não prevê revisão geral da remuneração de servidores
A gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sofrido desgaste com os servidores e diversos setores do funcionalismo público, entre Receita Federal e Polícia Federal (PF), têm ameaçado o governo com paralisações e greves em meio à dificuldade de negociação do reajuste salarial.
Em resposta às demandas, a equipe econômica alega que um reajuste maior depende da aprovação, pelo Congresso Nacional, de medidas que assegurem aumento na arrecadação federal a partir do próximo ano.
No primeiro de governo, foi concedido aos servidores do Executivo, via medida provisória, um reajuste de 9%, que precisou ser autorizado pelo Congresso, com recursos adicionais no Orçamento. A liberação dos recursos ocorre a partir de 1º de maio, data em que é celebrado o Dia do Trabalhador.
O auxílio-alimentação também aumentou 43%, passando de R$ 458 para R$ 658 mensais.
