O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu 20 ministros no Palácio do Planalto na manhã desta segunda-feira (3/4) para preparar o balanço do que o governo apresentará na semana que vem como marca dos primeiros 100 dias de governo. O evento deverá focar em programas sociais que existiram em mandatos petistas e foram retomados agora, como o Minha Casa, Minha Vida, o Bolsa Família e o Mais Médicos.
“São ações que não se encerram nesses 100 dias, que iniciaram agora, mas serão aplicadas no governo inteiro”, afirmou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, em conversa com jornalistas após a reunião. O encontro marcou o retorno de Lula ao Planalto após cerca de 10 dias se recuperando de uma pneumonia.
“Na próxima segunda, portanto, será a consolidação e a divulgação para a imprensa do balanço dos 100 dias de governo, envolvendo todos os ministérios. Está programada uma reunião com uma parte dela aberta para a imprensa para que a sociedade possa tomar conhecimento desse balanço geral de todos os ministérios. E, no dia seguinte, o presidente embarca pra China para retomar a agenda que ele não pôde realizar em virtude das questões de saúde”, explicou Rui Costa.
Na viagem à China, que provavelmente acontecerá a partir do dia 14, Lula deve se reunir com o presidente Xi Jinping e assinar cerca de 20 acordos comerciais e diplomáticos que já foram acertados entre as diplomacias dos dois países.
Insatisfação com as projeções para o PIB
Na reunião desta segunda, o presidente Lula começou a falar a seus ministros mostrando insatisfação com prognósticos sobre o Produto Interno Bruto (PIB) que considera “pessimistas”. O Boletim Focus, produzido pelo Banco Central com as previsões de agentes econômicos, manteve, pela segunda semana, estimativa de crescimento de 0,9% do PIB ao fim de 2023.
“Eu disse para o Haddad [ministro da Fazenda], na semana passada, que eu não concordo com as avaliações negativas, de que o PIB vai crescer zero num sei das quantas”, disse Lula. “Vamos ver o que vai acontecer quando a chamada economia micro, pequena e média começar a acontecer nos rincões deste país”, continuou o presidente.
Ele pediu empenho de sua equipe para oferecer um bom ambiente de negócios. “Vamos ver o que vai acontecer quando as pessoas começarem a produzir mais, quando as pessoas começarem a comprar mais, começarem a vender mais. A gente vai perceber que a economia vai dar um salto importante”, apostou Lula.
“Eu ainda não vou dizer aquilo que eu disse em 2005, que foi um motivo de muita chacota por parte da imprensa, quando eu falei sobre um milagre do crescimento, quando a economia cresceu 5,8% e a imprensa especializada achava que não ia crescer. Acho que a gente vai crescer mais do que os pessimistas estão prevendo”, completou o presidente.
