A nova série da Globoplay “João Sem Deus: a queda de Abadiânia” revoltou moradores da cidade do interior de Goiás. Eles não querem mais ser vinculados ao João Teixeira de Faria, o João de Deus, o médium condenado a mais de 400 anos por abusar sexualmente de seguidoras.
João atuou por décadas no município, com a maior parte de sua economia e visibilidade vinculada ao líder espiritual, que atraía turistas do mundo todo. Uma série de denúncias contra o médium vieram à tona depois de uma reportagem do programa Conversa com Bial, em dezembro de 2018.
“Nossa cidade não se resume a João de Deus”, escreveu a moradora Francisca Vandeclei, nas redes sociais, depois que a estreia da série foi divulgada no Fantástico, no último domingo (15/10).
Discussão política em Abadiânia
A insatisfação com o programa chegou até em representantes políticos, que querem uma retratação da emissora.
O prefeito Zé Diniz compartilhou um vídeo do deputado federal Adriano Baldy (PP-GO) reclamando sobre o título. “Vamos juntos promover uma imagem mais justa”, escreveu.
Veja o vídeo:
Deputado estadual de Goiás, Amilton Filho (MDB) também criticou o título da série em discurso. Ele disse que a obra tem causado uma grande comoção na cidade, que o título deixou os moradores magoados, transtornados e revoltados. Nesta semana, a cidade completa 70 anos.
“Não estou aqui discutindo o mérito da série, que quero assistir, mas não pode colocar um título pejorativo para Abadiânia. Pode colocar João Sem Deus, mas não que Abadiânia caiu, porque não caiu. Certamente Abadiânia tem se desenvolvido, tem sido uma cidade próspera. Viva Abadiânia!”.
