A maior parte da população brasileira vive em 319 dos 5.570 municípios do país. Segundo dados do Censo Demográfico de 2022, as pessoas estão concentradas em grandes centros urbanos do país — ou seja, cidades com mais de 100 mil habitantes. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (28/6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Há 5.570 municípios do país, e quase a metade (44,8%) tem até 10 mil habitantes em 2022. Em 2.495 cidades vivem 12,7 milhões de pessoas, segundo o levantamento do instituto.
O estado de São Paulo continua sendo o mais populoso do país, com 44,4 milhões de habitantes. Cerca de um quinto da população brasileira (21,8%) vivia no estado até 2022. Roraima é o menor estado em termos de população: 636,3 mil pessoas.
Veja o mapa por estado:
Aumento da população brasileira
A população do Brasil atingiu a marca de 203.062.512 habitantes, o que indica aumento de 6,5% entre 2010 e 2022, segundo o Censo Demográfico 2022. O índice representa quase 5 milhões de pessoas a menos do que o esperado.
O índice veio abaixo das projeções anteriores do órgão. Em 2021, a estimativa era de que o país teria ao menos 213 milhões de habitantes. Em dezembro do ano passado, com base nos dados prévios do levantamento, o instituto ajustou o número para 207,7 milhões — ou seja, 4,7 milhões de pessoas a mais do que o cálculo final.
Veja no gráfico:
Concentração populacional
Os primeiros resultados do Censo 2022 apontam que São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro seguem sendo os estados mais populosos do país. Juntos, os três concentram 39,9% da população brasileira.
Em um recorte municipal, as 20 cidades mais populosas do país reúnem 22,1% do total da população, sendo que 17 são capitais. Os demais foram Guarulhos e Campinas, em São Paulo, e São Gonçalo, no Rio de Janeiro.
A capital paulista aparece em primeiro lugar no ranking, com 11,5 milhões de habitantes, seguida de Rio de Janeiro (6,2 milhões) e Brasília (2,8 milhões).
Em compensação, três municípios tinham menos de mil habitantes: Serra da Saudade, em Minas Gerais, com 833 pessoas, Borá, em São Paulo (907), e Anhanguera, em Goiás (924). Os 20 municípios com menos habitantes concentravam apenas 0,01% da população.
Fuga dos grandes centros
Apesar da significativa concentração populacional, o Censo 2022 também mostra um movimento contrário. A redução inédita no número de habitantes na maiora das metrópoles do país. Salvador é o município que mais perdeu população desde 2010.
Os municípios com mais de 100 mil habitantes que tiveram maior retração percentual foram: São Gonçalo, no Rio de Janeiro; Salvador; e Itabuna, também na Bahia. A capital baiana diminuiu de 2,7 milhões de habitantes para 2,4 milhões em 12 anos.
Segundo o diretor de Geociências do IBGE, Claudio Stenner, a queda no número de habitantes nas metrópoles é inédito no país.
“Muitas vezes, o município núcleo da metrópole, daquela concentração urbana, perde população, mas as cidades vizinhas ganham. Isso tem a ver com o espalhamento do tecido urbano para além dos limites municipais. Isso quer dizer que há expansões novas, até pelo esgotamento de área desse município. É uma parte importante da explicação desse fenômeno”, explica Stenner.
Entre as reduções nas metrópoles, em números absolutos, aparecem Salvador, com retração de 257,7 mil pessoas; e São Gonçalo (-102,9 mil). A capital do Rio de Janeiro (-109 mil) foi o segundo município que mais perdeu população desde 2010.
