O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), alfinetou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em seu discurso na tribuna da Casa. Foi a primeira vez, em dois anos, que o deputado deixou a mesa diretora e se dirigiu ao palco do plenário da Casa.
“Não nos deixemos levar pelo radicalismo politico. O povo brasileiro está cansado disso, as eleições já ocorreram, os vitoriosos, como nós, já estão no poder. O candidato que apoiei nas eleições perdeu a eleição presidencial”, disse. “Deixemos as urnas de lado. Voltemos nossos olhos para o povo brasileiro.”
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Lira foi apoiador de Bolsonaro durante todo o processo das eleições, e chegou a dizer que enviou mensagens ao ex-mandatário para discutir a posição do PL na votação da reforma tributária, mas “não foi respondido”.
Dias de negociação
A apreciação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi pautada após dias de negociação para alcançar apoio pela aprovação da matéria.
A apreciação também ocorre após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atuar para favorecer partidos com emendas parlamentares, com objetivo de angariar mais votos. Entre quarta (5/7) e quinta-feira (6/7), o Palácio do Planalto empenhou R$ 7,5 bilhões em emendas parlamentares.
Por se tratar de uma PEC, a matéria, que tem relatoria do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), precisa ter adesão de ao menos 308 deputados para ser aprovada. A votação precisa ocorrer em dois turnos.
Se aprovado, o texto segue para o Senado Federal. Na Casa Alta, no entanto, a análise ficará apenas para o segundo semestre, após o recesso parlamentar.