O Brasil subiu 18 posições no ranking mundial de liberdade de imprensa, publicado nesta quarta-feira (3/5) pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF). O país saiu da 110ª colocação no ano passado e passou a ocupar o 92º lugar. No entanto, o cenário ainda é preocupante.
O Brasil foi o país que mais ganhou posições no ranking este ano. Mas a situação da liberdade de imprensa continua sendo considerada “problemática”.
Segundo a organização, a melhora no ranqueamento brasileiro é atribuída à saída do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) do poder, após sistemáticos ataques à jornalistas e veículos de comunicação.
“O novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trouxe o país de volta a um clima de estabilidade institucional nessa área. Mas a violência estrutural contra os jornalistas, um cenário midiático marcado por uma forte concentração no setor privado e os efeitos da desinformação continuam a representar desafios para a liberdade de imprensa no país”, diz o relatório.
O estudo é publicado anualmente em 3 de maio, Dia da Liberdade de Imprensa, e avalia ameaças e hostilidades contra jornalistas em 180 países.
Situação grave
No índice atualizado, o Brasil ocupa a 92ª posição, atrás de países como Hungria, Guiné-Bissau, Argentina e Sérvia. A RSF usa cinco indicadores para definir o ranking: contexto político, marco legal, contexto econômico, contexto sociocultural e segurança para os jornalistas.
“Na última década, pelo menos 30 jornalistas foram assassinados no Brasil, o segundo país mais perigoso da região para os profissionais da imprensa nesse período”, de acordo com o relatório.
Noruega, Irlanda, Dinamarca, Suécia e Finlândia lideram o ranking. Os cinco países com piores indicadores são: Coreia do Norte, China, Vietnã, Irã e Turcomenistão.