Anderson Torres decide não ficar em silêncio em CPI. Saiba estratégia

O ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do DF será ouvido na CPI do 8 de Janeiro na próxima terça-feira (8/8)

atualizado 04/08/2023 17:23

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Lula Moraes bolsonaristas imagem colorida de Anderson Torres PF , ex-ministro de Bolsonaro - Metrópoles Reprodução

Ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres já decidiu: vai responder às perguntas dos integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Ele será confrontado pelos parlamentares na próxima terça-feira (8/8). A convocação foi realizada pela senadora Eliziane Gama (Cidadania), relatora da comissão. 

Pessoas próximas a Torres relatam que o delegado da Polícia Federal vê o depoimento como uma oportunidade de explicar seu ponto de vista sobre os fatos investigados. Ele responderá a questionamentos duros sobre a suspeita de ter sido omisso ou ter participação direta ou indireta nos atos que levaram à depredação dos prédios dos Três Poderes em Brasília, na ocasião.

Aos parlamentares Torres vai manter os posicionamentos explicados em depoimentos à Polícia Federal e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se questionado sobre a “minuta do golpe” encontrada em sua casa, Torres manterá a versão de que não sabia a origem da minuta, nem quem a escreveu.

Em fevereiro, o ex-ministro afirmou à Polícia Federal que uma empregada, “ao arrumar a casa”, pode ter colocado a “minuta do golpe” em uma estante. Na oportunidade, o depoente alegou que o documento foi entregue em seu gabinete no Ministério da Justiça, mas disse desconhecer quem o produziu.

Sobre omissão por estar nos Estados Unidos durante os atos de 8 de janeiro, mesmo chefiando a pasta do DF, Torres sempre afirmou que já tinha férias marcadas. O descanso de 12 dias, iniciando em 9 de janeiro, foi marcado ainda quando ele atuava como ministro da Justiça e Segurança Pública.

Ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado do então ministro da Justiça, Anderson Torres, em fevereiro de 2022
O ex-ministro e ex-secretário Anderson Torres
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Ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado do então ministro da Justiça, Anderson Torres, em fevereiro de 2022

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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O ex-ministro e ex-secretário Anderson Torres

Isaac Amorim/MJSP
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O então presidente Jair Bolsonaro entrega o novo passaporte ao então ministro da Justiça, Anderson Torres, durante lançamento do novo documento no Palácio do Planalto

Gustavo Moreno/Metrópoles

Anderson Torres foi preso pelas suspeitas contra ele. Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, o ex-ministro foi mantido em preventiva no Batalhão de Aviação Operacional (Bavop) da Polícia Militar do Distrito Federal, no Guará 2, em Brasília.

A prisão durou cerca de quatro meses. Ele ficou detido desde 14 de janeiro e foi solto em 11 de maio, também por decisão de Moraes.

Anderson ganhou liberdade provisória, com monitoramento eletrônico. O ex-secretário está proibido de deixar o Distrito Federal; de manter contato com os demais investigados; de usar redes sociais; e ficou determinado o afastamento do cargo que ocupa na Polícia Federal. O descumprimento de qualquer uma das medidas alternativas implicará a revogação e decretação da prisão.

Devolução de salário

Torres tenta ainda reverter uma notificação da Polícia Federal (PF) para que ele devolva R$ 87.560,67 referentes ao recebimento do salário de delegado federal enquanto esteve preso.

As alegações da PF são de que normativo do Ministério do Planejamento prevê a suspensão da remuneração de servidores públicos presos preventivamente. O ex-ministro é delegado da Polícia Federal, ou seja, servidor, e ficou preso por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), dentro de investigação sobre os atos de 8 de janeiro.

A defesa de Torres disse que vai recorrer do pedido de devolução, tendo como base entendimento do STF: “Sobre a devolução dos salários do ex-ministro Anderson Torres, informamos que será apresentada a defesa no prazo legal, seguindo o entendimento do STF de que, no período referente à prisão preventiva, não é permitida a suspensão ou a cobrança da remuneração recebida pelo servidor público”, declarou o advogado de Torres, Eumar Novacki, em nota à reportagem.

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