Uma australiana descobriu ter duas vaginas e dois úteros em 2011. Chamada de útero didelfo, a condição de Evelyn Miller, atualmente com 31 anos, afeta 10 em cada 20 mil mulheres, segundo a ginecologista Claudiani Alves Branco Gregorin. Miller é casada, tem dois filhos e, após anos de dores sexuais e dificuldades para inserir absorventes internos, aceita bem a malformação.
Nas duas primeiras gestações, em 2020 e em 2022, a australiana, dona de um perfil na plataforma de conteúdo adulto OnlyFans, usou a vagina direita para engravidar e ter os bebês. Por conta do tamanho do útero — a condição faz com que cada órgão tenha metade da proporção padrão —, os herdeiros dela tiveram dificuldades para crescer.
Na primeira gravidez, ela não conseguiu dar à luz por via vaginal, porque o bebê não estava posicionado centralmente. Uma cesariana, então, precisou ser realizada.
“O primeiro parto foi uma gravidez de alto risco, porque ambos os úteros tinham metade do tamanho de um útero ‘normal’, então fiz muitos exames”, declarou Evelyn, de Queensland, ao tabloide britânico The Mirror.
“Fiquei desconfortável durante a gravidez — minha barriga estava do lado direito, porque eu estava grávida no útero direito, o que significa que o bebê nunca sentava no centro. As dores nas minhas costas eram terríveis”, continuou.
Três meses após o nascimento do primogênito, Evelyn engravidou mais uma vez, também na vagina direita. Novamente, uma cesariana foi agendada. À época, ela estava com 36 semanas de gestação.
Agora, ela e o marido querem engravidar do terceiro filho. O médico da família a aconselha a usar o útero esquerdo desta vez, pois seria perigoso usar o direito, já submetido a duas cirurgias.
OnlyFans e PornHub
A atriz ganha 12 mil libras por semana no OnlyFans e no PornHub, o equivale a R$ 75 mil. Ela começou a criar conteúdo erótico com o marido em 2018. Desde então, o casal iniciou um negócio de marketing juntos, mas ela ainda cria fotos e vídeos explícitos paralelamente.
Evelyn afirma que não trai o marido, pois tem “uma vagina para trabalhar e outra para brincar”. Foi com o OnlyFans que ela aprendeu finalmente a aceitar a própria condição. “Criar conteúdo e deixar as pessoas completamente fascinadas é muito bom”, afirmou, em entrevista ao Daily Mail.
“A plataforma me deu a oportunidade de aumentar a conscientização sobre o útero didelfo. Recebo muitas mensagens de mulheres que tiveram momentos ruins com a condição, e algumas são completamente incapazes de ter filhos, o que é de partir o coração”, complementou.
