Vício em cigarros eletrônicos deixa mulher com “pulmões de pipoca”

Mulher com pulmões de pipoca nunca havia fumado antes, mas começou a usar cigarros eletrônicos "porque estavam na moda"

atualizado 17/02/2023 12:01

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Abby Flynn cigarro eletrônico vape vaper capa Reprodução

O vício de uma jovem de 20 anos de idade em cigarros eletrônicos a deixou hospitalizada com uma doença pulmonar considerada rara.

Segundo os médicos, ela pode inclusive ficar dependente de uma máquina de oxigênio antes de completar 30 anos.

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O vício de uma mulher em cigarro eletrônico a deixou hospitalizada com uma doença pulmonar rara

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O vício de uma mulher em cigarro eletrônico a deixou hospitalizada com uma doença pulmonar rara

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Cigarro eletrônico impacta o treino

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Cigarro eletrônico também pode causar câncer de pulmão

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Abby Flynn, de Milton Keynes, Buckinghamshire, no Reino Unido, afirma que nunca havia fumado antes, mas começou a usar cigarros eletrônicos no verão de 2021, “porque estavam na moda”.

Rapidamente, o que era uma diversão se tornou um vício, com a mulher consumindo o equivalente a 140 cigarros por semana.

E foi assim que seguiu, até que, em uma manhã de janeiro deste ano, acordou sem conseguir respirar direito e com uma tosse incontrolável.

Ao procurar ajuda médica no Milton Keynes Hospital, ela passou por exames, que revelaram que havia desenvolvido “pulmões de pipoca”.

“Eu estava deitada no centro de emergência em pânico e chorando porque não conseguia recuperar o fôlego. Eu não conseguia andar e minha tosse era horrível”, explicou.

Pulmão de pipoca é o apelido para a bronquiolite obliterante, uma condição que danifica os bronquíolos – as menores vias aéreas dos pulmões – e cria várias bolsas de ar, que deixam os pulmões com o aspecto de um pacote de pipocas.

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Cada vez mais popular no Brasil, o vape, cigarro eletrônico ou e-cigarrette tem se tornado um verdadeiro fenômeno entre os jovens. O produto, geralmente, tem aparência semelhante a de um cigarro comum, mas também pode ser encontrado em formato de pen drive ou caneta

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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil

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No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários

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Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)

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Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina

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Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena

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Ainda segundo os especialistas, o líquido produzido pelo cigarro eletrônico tem pelo menos 80 substâncias químicas consideradas perigosas e responsáveis por reforçar a dependência na nicotina

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Além disso, o uso diário de cigarros eletrônicos causa estado inflamatório em vários órgãos do organismo, incluindo o cérebro. Novas pesquisas indicam que a utilização também pode desregular alguns genes e fazer com que o usuário desenvolva uma condição chamada EVALE, lesão causada pelo produto nos pulmões

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O neurologista Wanderley Cerqueira, do Hospital Albert Einstein, explica que os efeitos no usuário variam dependendo da nicotina e dos sabores líquidos, que influenciam a forma como o corpo responde às infecções. Segundo ele, vapes de menta, por exemplo, deixam as pessoas mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana do que outros aromatizantes

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O especialista alerta que as células imunológicas parecem ser desativadas à medida que os pulmões são continuamente encharcados com produtos químicos. Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncer

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Ainda segundo o médico, mesmo os vapes sem sabor são perigosos. Isso porque eles possuem outros aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e a própria nicotina, que causa câncer

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Uma pesquisa da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, encontrou níveis perigosos de toxinas em produtos usados para conferir sensação mentolada em cigarros eletrônicos. Foram verificados problemas em várias marcas dessas substâncias mas, principalmente, na Puffbar, uma das mais populares do mundo

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Os cientistas encontraram níveis das toxinas WS-3 e WS-23 acima dos considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fluido do produto. Dos 25 líquidos analisados, 24 tinham WS-3, por exemplo

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As substâncias são usadas em aditivos alimentícios para dar o “frescor” do mentolado sem o sabor de menta, mas não devem ser inaladas. Elas são encontradas também em produtos nos sabores de manga ou baunilha

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A lesão pulmonar é irreversível e pode ser fatal sem tratamento adequado.

Depois da doença, a jovem jurou nunca mais fumar, principalmente depois que os médicos lhe contaram sobre as graves consequências se não parasse de fumar.

Abby Flynn contou que costumava comprar cigarros eletrônicos descartáveis ​toda vez que passava por uma loja perto de casa, gerando um gasto de £ 135 por mês (aproximadamente R$ 840). E fumava uma variedade de sabores doces, incluindo de chiclete, o que deixava o vício ainda mais atrativo.

“Tenho asma desde os nove ou dez anos. Comecei a vaporizar há cerca de um ano e meio. Eu não fumava antes, então literalmente fui direto para o vape”.

Depois de várias horas no hospital, ela recebeu alta e foi instruída a tomar esteróides todas as manhãs até fazer acompanhamento médico especializado para revisar a saúde dos pulmões.

“Vaping realmente não vale a pena. Agora eu luto para respirar todos os dias”, lamentou Abby Flynn.

Produtos químicos perigosos

Vários cientistas sugerem que pode haver uma possível ligação entre a doença e uma substância química chamada diacetil. No entanto, mais pesquisas são necessárias.

Alguns líquidos em cigarros eletrônicos costumavam conter diacetil. No Reino Unido, por exemplo, o produto químico foi proibido em líquidos de cigarros eletrônicos sob a Diretiva de Produtos de Tabaco da UE em 2016.

Doença rara

Assim como produtos químicos tóxicos, infecções e doenças autoimunes também podem causar pulmão em pipoca.

Os sinais da doença incluem tosse, falta de ar, respiração ofegante, cansaço, febre, suores noturnos e erupção cutânea.

Os médicos podem prescrever esteróides e um inalador para reduzir a inflamação e ajudar na respiração. Em casos graves, pode ser necessário um transplante de pulmão.

Os doentes necessitam de cuidados ao longo da vida e são aconselhados a evitar a poluição do ar e, obviamente, a parar de fumar.

 

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