A incidência de luz é um dos principais fatores para garantir uma boa noite de sono. De acordo com vários estudos, os estímulos de luz branca mexem com o ciclo circadiano, ritmo no qual o organismo realiza as suas funções, além de atrapalhar a produção de melatonina, o hormônio do sono.
Mas, segundo um estudo feito pela Universidade de Cardiff, no Reino Unido, e publicado na revista científica Sleep em dezembro de 2022, uma forma eficaz de impedir a claridade, garantir a qualidade do sono, e melhorar o aprendizado e a disposição é o uso de máscara para dormir.
Participaram do levantamento 129 pessoas entre 18 e 35 anos. Na primeira fase, 94 indivíduos usaram os tapa-olhos por uma semana durante a noite, e nada nos sete dias seguintes. Nos últimos dois dias de cada semana, foram realizados testes de associação de pares de palavras, que mede a capacidade de recordar eventos e experiências.
Os cientistas perceberam melhor desempenho dos voluntários depois da semana dormindo com a máscara, em comparação com o período sem bloqueio de luz. O tempo de reação também foi levemente melhor depois desta semana, cerca de um milésimo de segundo mais rápido.
A pesquisa defende que o uso de máscara para dormir melhora o aprendizado diário e deixa o usuário mais disposto no dia seguinte. “A luz ambiente pode influenciar a estrutura e o tempo do sono”, apontam os pesquisadores no artigo publicado.
Benefício também para a memória
No segundo experimento, os 35 voluntários restantes foram dormir de máscara, com dispositivos para medir a intensidade da luz ao acordar, e com uma faixa para analisar a atividade cerebral enquanto dormiam.
Constatou-se que repousar com tapa-olhos ajuda a aprender novas informações e formar novas memórias. Os dados também sugerem que existe uma associação entre o uso de máscara e mais tempo de sono com ondas cerebrais lentas, período conhecido por ser importante para a memória.
Com base em questionários preenchidos pelos voluntários em ambos os experimentos, o uso da máscara não afetou o tempo ou a duração do sono, apontando que a ferramenta pode ser eficaz, econômica e pouco invasiva para melhorar a qualidade do sono e beneficiar a função cognitiva.
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