Uso de vape pode diminuir quantidade de espermatozoides, diz estudo

Pesquisadores da Turquia reuniram três grupos de ratos para comparar os efeitos que a fumaça tem na quantidade de espermatozoides

atualizado 04/09/2023 15:17

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Jovem de capuz usando cigarro eletrônico - Metrópoles Unsplash/Divulgação

Cientistas da Turquia alertam que usar cigarro eletrônico, também conhecido como vape, pode diminuir a quantidade de espermatozoides, reduzir a libido e encolher os testículos.

A pesquisa, divulgada na revista Internacional de Andrologia em julho deste ano, destaca que as substâncias que fazem parte dos vapers, como metais pesados e compostos químicos, podem causar estresse oxidativo, desequilibrio capaz de causar envelhecimento precoce e outras doenças.

“Deve-se considerar que, embora o líquido do cigarro eletrônico tenha sido introduzido como inofensivo, ele pode aumentar o estresse oxidativo e causar alterações morfológicas no testículo”, enfatizam os pesquisadores no estudo.

O artigo ressalta que os cigarros convencionais são ainda mais nocivos para a saúde reprodutiva masculina.

Para chegar ao resultado, os pesquisadores da Universidade Cumhuriyet em Sivas usaram três grupos de ratos. O primeiro foi exposto à fumaça de um cigarro tradicional; o segundo, à fumaça de um vape; e a terceira turma não inalou nenhum dos dois gases. Os grupos um e dois foram expostos às fumaças duas vezes ao dia dentro de uma redoma.

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Cada vez mais popular no Brasil, o vape, cigarro eletrônico ou e-cigarrette tem se tornado um verdadeiro fenômeno entre os jovens. O produto, geralmente, tem aparência semelhante a de um cigarro comum, mas também pode ser encontrado em formato de pen drive ou caneta

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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil

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No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários

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Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)

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Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina

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Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena

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Ainda segundo os especialistas, o líquido produzido pelo cigarro eletrônico tem pelo menos 80 substâncias químicas consideradas perigosas e responsáveis por reforçar a dependência na nicotina

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Além disso, o uso diário de cigarros eletrônicos causa estado inflamatório em vários órgãos do organismo, incluindo o cérebro. Novas pesquisas indicam que a utilização também pode desregular alguns genes e fazer com que o usuário desenvolva uma condição chamada EVALE, lesão causada pelo produto nos pulmões

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O neurologista Wanderley Cerqueira, do Hospital Albert Einstein, explica que os efeitos no usuário variam dependendo da nicotina e dos sabores líquidos, que influenciam a forma como o corpo responde às infecções. Segundo ele, vapes de menta, por exemplo, deixam as pessoas mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana do que outros aromatizantes

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O especialista alerta que as células imunológicas parecem ser desativadas à medida que os pulmões são continuamente encharcados com produtos químicos. Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncer

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Ainda segundo o médico, mesmo os vapes sem sabor são perigosos. Isso porque eles possuem outros aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e a própria nicotina, que causa câncer

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Uma pesquisa da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, encontrou níveis perigosos de toxinas em produtos usados para conferir sensação mentolada em cigarros eletrônicos. Foram verificados problemas em várias marcas dessas substâncias mas, principalmente, na Puffbar, uma das mais populares do mundo

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Os cientistas encontraram níveis das toxinas WS-3 e WS-23 acima dos considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fluido do produto. Dos 25 líquidos analisados, 24 tinham WS-3, por exemplo

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As substâncias são usadas em aditivos alimentícios para dar o “frescor” do mentolado sem o sabor de menta, mas não devem ser inaladas. Elas são encontradas também em produtos nos sabores de manga ou baunilha

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Diferença de quantidade de espermatozoides

Na análise do esperma, os ratos expostos ao vapor do cigarro eletrônico tiveram contagens de espermatozoides mais baixas (95,1 milhões por mililitro), em comparação com o grupo de controle (98,5 milhões por mililitro).

Os animais do grupo que inalaram a fumaça do cigarro tradicional tiveram resultados ainda piores — cerca de 89 milhões por mililitro. Os pesquisadores associaram uma quantidade maior de espermatozoides à uma chance maior de engravidar. Além disso, foram registradas alterações na motilidade dos gametas masculinos.

Conforme o número de espermatozoides diminui, uma das consequências é o encolhimento dos testículos — apesar de terem notado diferença no peso e tamanho, os pesquisadores não publicaram essas comparações no estudo.

Público do vape

O estudo representa um alerta para os usuários de vape. No Brasil, por exemplo, 20,5% das pessoas que usam ou já experimentaram o cigarro eletrônico o fizeram por curiosidade, enquanto outros 11,6% dizem que já fumaram ou fumam porque está na moda.

Os dados são do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel 2023), desenvolvido pela Vital Strategies, organização global de saúde pública, e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

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