Vacinados contra herpes-zóster têm 20% menos risco de Alzheimer

Estudo feito na Universidade de Stanford, nos EUA, sugere relação entre a infecção pelo vírus da herpes-zóster e alguns casos de Alzheimer

atualizado 19/06/2023 22:43

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Imagem colorida de uma mão usando luvas segurando uma seringa ára aplicação de vacina Getty Images/Reprodução

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, mostra as primeiras evidências de que as pessoas vacinadas contra a herpes-zóster têm 20% menos probabilidade de desenvolver Alzheimer, em comparação com aquelas que não receberam o imunizante.

Os cientistas sugerem que a infecção provocada pelo varicella zoster vírus (VZV), causador da herpes-zóster, poderia ser a responsável por boa parte dos casos de demência. A descoberta é apontada como uma luz para o desenvolvimento de estratégias de prevenção contra o Alzheimer e outros doenças neurodegenerativas.

Herpes-zóster

A herpes-zóster é uma infecção provocada pelo varicella zoster vírus (VZV), o mesmo vírus da catapora. Estima-se que oito em cada dez pessoas possuem o vírus incubado no organismo até que ele se manifeste em alguma fase da vida. A condição é mais comum em idosos devido à diminuição natural da imunidade com o passar dos anos.

Pesquisas recentes sugerem que à medida que as pessoas envelhecem, o varicela-zoster pode chegar ao cérebro e danificar tecidos sensíveis. Sendo assim, a vacina poderá contribuir para a prevenção das duas doenças.

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Popularmente conhecido como cobreiro, o herpes-zóster é uma doença infecciosa causada pelo mesmo vírus da catapora. O diagnóstico normalmente é feito com base na avaliação clínica dos sinais e sintomas do paciente, além da observação das lesões na pele

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A doença pode se manifestar a qualquer momento em pessoas que já tiveram catapora ou a própria herpes-zóster alguma vez na vida. O vírus permanece inativo no corpo por muitos anos, podendo ser reativado na forma mais localizada em um nervo

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Quando há baixa na imunidade, por exemplo, o vírus pode se replicar novamente provocando o aparecimento dos sintomas. A condição tem mais chance de aparecer também em pessoas com mais de 60 anos, que façam uso prolongado de corticoides, quimioterapia ou que tenham doenças que enfraquecem o sistema imune, como AIDS ou Lúpus

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Para pessoas que nunca tiveram catapora ou que não foram vacinadas, a herpes-zóster é contagiosa. Portanto, crianças ou outras pessoas nunca infectadas pelo vírus devem permanecer distantes de pacientes com a doença e não ter contato com objetos pessoais do doente

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Entre os principais sintomas da herpes-zóster estão coceira intensa no local afetado, dor, formigamento ou queimação na região, febre baixa, bolhas e vermelhidão que afetam, principalmente, região do tórax, costas ou barriga

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O tratamento é feito com medicamentos anti-virais e analgésicos receitados pelo médico para aliviar a dor e cicatrizar mais rápido as feridas. Fortalecer o sistema imune pode ser uma boa estratégia de prevenção

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Durante o tratamento também deve-se tomar cuidados como lavar diariamente a região afetada, sem esfregar, e secar bem o local. Utilizar roupa de algodão e confortável, colocar uma compressa fria de camomila sobre a região e não aplicar pomadas ou cremes sem prescrição médica

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Entre as complicações mais comuns do herpes-zóster está a continuação da dor por várias semanas ou meses mesmo após o desaparecimento das bolhas na pele. Entre as menos comuns está a inflamação na córnea e problemas de visão, necessitando acompanhamento de um oftalmologista

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A vacina é a única forma eficiente de evitar a doença e suas complicações. Até então, o imunizante era indicada apenas para pessoas maiores de 60 anos. Contudo, recentemente, a vacina para adultos com mais de 18 anos chegou às clínicas particulares brasileiras

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A imunização é feita com duas doses, e cada uma tem o preço recomendado de R$ 843 – totalizando R$1.686 –, mas o valor pode variar entre as clínicas. A vacina não é ofertada pelo SUS

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Vacina contra herpes-zóster reduz risco de Alzheimer

Usando como base dados de aproximadamente 280 mil pessoas inscritas no programa de vacinação do País de Gales, os pesquisadores encontraram uma ligação entre o uso da vacina contra herpes-zóster e a proteção contra a demência.

Os cientistas compararam as taxas de incidência de demência entre a população vacinada e a não vacinada – os idosos com mais de 80 anos foram excluídos do programa de vacinação após estudos mostrarem que a vacina contra herpes é mais eficaz quando administrada antes desta idade.

As pessoas vacinadas foram em média 20% menos propensas a desenvolver qualquer forma de demência, incluindo Alzheimer e demência vascular, em comparação aos demais. As mulheres foram as que mais se beneficiaram com a imunização, com o risco reduzido em até 30%, enquanto que para os homens a redução foi próxima a 10%.

“Há uma clara necessidade de pesquisas futuras. O próximo passo deve ser verificar se a administração da vacina em uma idade mais jovem reduz ainda mais as taxas de demência. Também queremos ver o que acontece se forem dadas doses de reforço da vacina”, afirma o professor Pascal Geldsetzer, especialista em saúde global da Universidade de Stanford.

Os dados do estudo foram divulgados em versão de pré-impressão e ainda precisam passar pela revisão de pares para a publicação em revista científica.

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Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas

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Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista

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Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce

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Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano

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Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença

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Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns

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Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença

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O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida

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 Vacina no Brasil

No Brasil, existem duas vacinas destinadas à prevenção da herpes-zóster, no entanto, nenhuma delas está disponível no Programa Nacional de Imunizações (PNI) para aplicação pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A Shingrix, fabricada pela farmacêutica GSK, foi aprovada em agosto de 2021 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e começou a ser comercializada em junho do ano passado pelas clínicas particulares brasileiras. Ela é uma vacina de vírus inativado, aplicada em duas doses, com dois meses de intervalo.

O imunizante é destinado a qualquer adulto com mais de 18 anos, com risco potencial de contrair a doença, como pacientes imunocomprometidos. Até então, a única opção era a vacina Zostavax, da MSD. O imunizante de dose única, feito de vírus atenuado, tem indicação de uso limitado a pessoas com mais de 50 anos de idade.

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