O lutador de MMA Antônio Cara de Sapato, que participa do BBB23, contou aos outros integrantes do elenco que foi diagnosticado com síndrome de Tourette, doença neurológica que não tem cura e causa movimentos involuntários no paciente. O brother foi diagnosticado aos 9 anos de idade.
A síndrome é uma condição neuropsiquiátrica comum caracterizada por comportamentos involuntários, não rítmicos e repetitivos. Os tiques são provocados por situações de estresse, quando acontecem fatos inesperados; fadiga; ansiedade e excitação; e podem constranger e dificultar a socialização do paciente.
Em alguns casos, o indivíduo pode acabar desenvolvendo outras condições pela instabilidade emocional que vive, como o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), obsessivo-compulsivo (Toc) e de aprendizagem.
Os gestos involuntários podem causar afastamento entre o paciente e outras pessoas. “O indivíduo com a síndrome pode, sem querer, repetir gestos obscenos involuntários, o que é chamado de copropraxia. Ela é encontrada entre um e 21% dos casos”, explica a psiquiatra Ana Gabriela Hounie ao site da Associação Solidária do Toc e síndrome de Tourette (Astoc St).
Assim como a esquizofrenia e o transtorno de bipolaridade, ainda não está claro para a medicina o que pode desencadear a síndrome de Tourette.
Sinais e sintomas
Os tiques simples geralmente são breves e incluem:
- Piscar os olhos repetidamente;
- Fazer caretas;
- Movimentar a cabeça bruscamente;
- Encolher os ombros;
- Grunhir;
- Fungar ou bufar;
- Pigarrear.
Os tiques complexos englobam desde gestos faciais até atos como lamber as mãos, cutucar feridas ou o olho. O diagnóstico deve ser feito por meio de avaliação clínica: esta é a única maneira que os profissionais de saúde podem diferenciar a síndrome de outros transtornos.
Os pacientes podem sofrer com tiques por mais um ano — este fator é determinante para o diagnóstico e pode ser identificado por meio um monitoramento feito pelos médicos responsáveis pelo caso.
Tratamento da síndrome de Tourette
A recomendação de tratamento para o paciente com a síndrome inclui remédios, como antipiscóticos, e terapias, como a Intervenção Comportamental Abrangente para Tiques (Icat).
Na maioria dos casos, a associação dos dois métodos controla comportamentos e alivia a impulsividade. “Quando estes tratamentos não devolvem a qualidade de vida do indivíduo ou não são suficientes para que ele não se envergonhe ou constranja a quem convive com ele, a cirurgia cerebral pode ser indicada”, explica o neurologista Henrique Ballalai Ferraz para o site da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
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