Vacina da dengue chega ao Brasil na próxima semana. Tire suas dúvidas

A vacina Qdenga foi aprovada pela Anvisa em março deste ano. Ela é a primeira a ter autorização para ser aplicada em quem nunca teve dengue

atualizado 23/06/2023 9:13

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Imagem colorida mostra Mosquito Aedes Aegypti pousado em uma pele branca. O inseto é preto e tem pintas brancas -Metrópoles Getty Images

A vacina Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma contra a dengue, chegará às clínicas particulares brasileiras na próxima semana. Ainda não há informações sobre se ela será incorporada pelo Ministério da Saúde ao Sistema Único de Saúde (SUS) pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).

A Qdenga é a primeira vacina aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicada em qualquer pessoa com idade entre 4 e 60 anos. O imunizante aprovado anteriormente – Dengvaxia, fabricado pela Sanofi Pasteur – pode ser utilizado apenas por quem já teve dengue, impondo alguns cuidados no processo de vacinação, como a necessidade da testagem.

“Pensando em vacinação pública, pedir um exame sorológico para comprovar se uma pessoa já teve dengue encarece muito o processo. Com a nova vacina, não temos esse problema. Ela mostrou-se segura em testes com soronegativos (indivíduos que nunca tiveram dengue)”, explica a pediatra Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

O vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. O acúmulo de água parada é um dos principais fatores que contribuem para a proliferação do mosquito e disseminação da doença.

A diretora da SBIm destaca que a dengue não é uma doença que atinge apenas pessoas da zona urbana ou rural do país, ou de certas regiões – 75% dos municípios brasileiros já registram casos. Em 2022, mais de 2,3 milhões de diagnósticos foram notificados, com 1.450 evoluindo para quadros graves e 1.016 óbitos.

“É uma doença difícil de controlar porque é transmitida pela picada de um mosquito que entra facilmente na casa das pessoas”, diz Flávia.

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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente a morte

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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias

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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos

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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles. Ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes

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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos

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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte

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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue

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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão

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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada

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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas

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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas

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Cinco dúvidas sobre a nova vacina contra dengue:

A Qdenga protege contra quais tipos de dengue?

A vacina Qdenga é composta pelos quatro sorotipos diferentes do vírus causador da doença, conferindo assim uma proteção ampla contra todas as formas da dengue.

A eficácia global da fórmula nos estudos clínicos chegou a 80,2%. A taxa foi calculada a partir da comparação dos resultados dos participantes que receberam a vacina com o grupo do placebo para todos os quatro sorotipos.

Quem pode tomar a Qdenga?

Ela pode ser aplicada em qualquer pessoa com idade entre 4 a 60 anos. Mesmo aquelas que já tiveram dengue (e tenham condições de pagar pelo imunizante) devem se vacinar, uma vez que a doença pode ser causada por quatro tipos diferentes do vírus.

“O fato de a pessoa já ter tido dengue não reduz o risco de ser infectado novamente. Pior, a tendência é de que o quadro seja agravado com as infecções consecutivas”, explica Flávia.

Quantas doses são necessárias?

A imunização é feita com duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.

Quanto ela custará?

Cada uma das doses deve chegar ao consumidor final com o preço mínimo de R$ 301,27. O valor foi estabelecido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão responsável pela regulação econômica do mercado de medicamentos no Brasil.

A Qdenga estará disponível no SUS?

Não. Por enquanto, a nova vacina contra a dengue estará disponível apenas nas clínicas particulares.

O Ministério da Saúde informou em nota que o produto deve ser avaliado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que analisa a incorporação de novas tecnologias ao SUS, avaliando aspectos como eficácia, efetividade, segurança e impacto econômico da nova tecnologia com base nas melhores evidências científicas disponíveis.

“O Ministério da Saúde acompanha atentamente o avanço do setor de pesquisas e novas tecnologias relacionados ao imunizante contra a dengue”, diz a nota.

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