Dois estudos relacionam jejum intermitente à diabetes tipo 2. Entenda

Estudo diz que pessoas com diabetes tipo 2 têm perda de peso efetiva se fizerem jejum intermitente, mas outro o indica como causa da doença

atualizado 24/07/2023 16:49

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Foto mostra pote de frutas com uma fita métrica sobre ele. A fita métrica está amarrada a um relógio de pulso Getty Images

Para pessoas que têm diabetes tipo 2, controlar o peso é um desafio especialmente importante. Em muitos casos, a condição, geralmente associada ao sobrepeso e à obesidade, pode ser controlada com o equilíbrio nos ponteiros da balança.

Para ajudar os pacientes a encontrar uma fórmula mais efetiva para manter o peso dentro do esperado, dois estudos recentes se dedicaram a entender a relação entre a dieta e a forma mais efetiva para controlar a doença.

Ambas pesquisas se dedicam a entender o jejum intermitente e sua relação com a diabetes tipo 2. Porém, enquanto uma mostra que esta é a melhor forma de emagrecer para pessoas com a condição, a outra apresenta a adoção da dieta para indivíduos sem a doença como um fator de risco para que eles a desenvolvam.

O primeiro trabalho, dos pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, foi divulgado nesta segunda-feira (24/7) na Nutrition 2023, evento da Sociedade Americana de Nutrição. Ele foi feito com 57 adultos com diabetes tipo 2, todos com sobrepeso ou diabetes, durante seis meses.

A pesquisa recomendou jejum que restringe a alimentação diária a um período entre as 12h e as 20h, sendo permitido apenas consumir bebidas sem calorias fora deste horário.

“Nosso estudo mostra que restringir a alimentação de acordo com o tempo é mais eficiente para pessoas com diabetes tipo 2 perderem peso e também controlarem a quantidade de açúcar no sangue”, afirma a nutricionista Vicky Pavlou, líder do estudo, em comunicado à imprensa.

Os voluntários foram divididos em três grupos. Um fez o jejum intermitente recomendado, outro comeu livremente e o último fez uma dieta que restringia a ingestão calórica em 25% do que eles geralmente consumiam.

Jejum intermitente levou ao dobro do emagrecimento

A queda de peso de pessoas que fizeram jejum intermitente foi significativamente maior, uma média de 5 kg após seis meses, enquanto quem reduziu as calorias perdeu em média 2 kg. Os que continuaram comendo livremente não perderam peso.

De acordo com a pesquisa, o jejum intermitente também foi mais eficiente em levar à perda de massa gorda e ao aumento do HDL, conhecido como colesterol bom. Além disso, os pesquisadores observaram que a adesão à dieta de jejum intermitente foi mais fácil e rápida do que a de contagem de calorias.

“A maioria das pessoas acha difícil se manter em uma dieta de perda de peso baseada em contar calorias e diminuir a quantidade de comida. Nosso estudo mostra que estar atento ao relógio na hora de comer pode ser muito mais eficiente”, conclui Vicky.

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A diabetes é uma doença que tem como principal característica o aumento dos níveis de açúcar no sangue. Grave e, durante boa parte do tempo, silenciosa, ela pode afetar vários órgãos do corpo, tais como: olhos, rins, nervos e coração, quando não tratada

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A diabetes surge devido ao aumento da glicose no sangue, que é chamado de hiperglicemia. Isso ocorre como consequência de defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas

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A função principal da insulina é promover a entrada de glicose nas células, de forma que elas aproveitem o açúcar para as atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação ocasiona o acúmulo de glicose no sangue, que em circulação no organismo vai danificando os outros órgãos do corpo

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Uma das principais causas da doença é a má alimentação. Dietas ruins baseadas em alimentos industrializados e açucarados, por exemplo, podem desencadear diabetes. Além disso, a falta de exercícios físicos também contribui para o mal

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A diabetes pode ser dividida em três principais tipos. A tipo 1, em que o pâncreas para de produzir insulina, é a tipagem menos comum e surge desde o nascimento. Os portadores do tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normais

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Já a diabetes tipo 2 é considerada a mais comum da doença. Ocorre quando o paciente desenvolve resistência à insulina ou produz quantidade insuficiente do hormônio. O tratamento inclui atividades físicas regulares e controle da dieta

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A diabetes gestacional acomete grávidas que, em geral, apresentam histórico familiar da doença. A resistência à insulina ocorre especialmente a partir do segundo trimestre e pode causar complicações para o bebê, como má formação, prematuridade, problemas respiratórios, entre outros

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Além dessas, existem ainda outras formas de desenvolver a doença, apesar de raras. Algumas delas são: devido a doenças no pâncreas, defeito genético, por doenças endócrinas ou por uso de medicamento

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É comum também a utilização do termo pré-diabetes, que indica o aumento considerável de açúcar no sangue, mas não o suficiente para diagnosticar a doença

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Os sintomas da diabetes podem variar dependendo do tipo. No entanto, de forma geral, são: sede intensa, urina em excesso e coceira no corpo. Histórico familiar e obesidade são fatores de risco

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Alguns outros sinais também podem indicar a presença da doença, como saliências ósseas nos pés e insensibilidade na região, visão embaçada, presença frequente de micoses e infecções

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O diagnóstico é feito após exames de rotina, como o teste de glicemia em jejum, que mede a quantidade de glicose no sangue. Os valores de referência são: inferior a 99 mg/dL (normal), entre 100 a 125 mg/dL (pré-diabetes), acima de 126 mg/dL (Diabetes)

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Qualquer que seja o tipo da doença, o principal tratamento é controlar os níveis de glicose. Manter uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios ajudam a manter o peso saudável e os índices glicêmicos e de colesterol sob controle

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Quando a diabetes não é tratada devidamente, os níveis de açúcar no sangue podem ficar elevados por muito tempo e causar sérios problemas ao paciente. Algumas das complicações geradas são surdez, neuropatia, doenças cardiovasculares, retinoplastia e até mesmo depressão

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Jejum intermitente pode causar diabetes tipo 2?

Entretanto, o jejum intermitente não tem só benefícios. Curiosamente, uma outra investigação recém-publicada apontou que a dieta pode aumentar o risco de desenvolvimento da diabetes tipo 2. Segundo o estudo, feito por pesquisadores espanhóis, quem optou por tomar o café da manhã antes das 8h reduziu o risco de desenvolver a doença em 59% em relação a quem o fez depois das 9h.

A pesquisa, divulgada na revista científica International Journal of Epidemiology em 16 de julho, avaliou mais de 100 mil adultos, dos quais 79% eram mulheres. Foram registrados quase mil novos casos de diabetes tipo 2 durante o estudo. Para os pesquisadores, um café da manhã cedo poderia prevenir a doença nas pessoas que não apresentam o quadro.

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