“Momento de esperança”, diz 5ª pessoa do mundo a se curar do HIV

Paul Edmonds passou por um arriscado transplante de células-tronco em 2019 e deixou de carregar o vírus no corpo

atualizado 20/04/2023 15:14

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Paul Edmonds, quinta pessoa a se curar do HIV no mundo, dá entrevista - Metrópoles Reprodução/ABC TV

Paul Edmonds, de 67 anos, foi a quinta pessoa do mundo a se curar do HIV. Após um transplante de células-tronco realizado em 2019, ele conseguiu se livrar do vírus com o qual vinha convivendo há 33 anos.

A identidade de Edmonds foi revelada em um programa de TV da rede ABC, dos Estados Unidos. Ele soube da cura em julho do ano passado, mas só em 03/4 sua identidade veio a público.

Como funciona a cura

O primeiro caso conhecido de alguém que se curou, o de Timothy Ray Brown, ocorreu em 2009. Os outros quatro de que se tem notícia só foram possíveis mais de uma década depois. No caso de Edmonds, ele já não toma remédios para o HIV há dois anos.

Paul Edmonds foi curado ao receber um transplante de células-tronco de uma pessoa resistente ao HIV. No mundo existem apenas aproximadamente 1% de pessoas que possuem o gene CCR5, que neutraliza o vírus.

O tratamento é considerado muito arriscado pois pode levar à morte e não é indicado para tratar o HIV, mas para a leucemia, com a qual Edmonds havia sido diagnosticado em 2018.

“Foi a segunda vez que encarei a morte, mas não estava preparado para morrer. Gosto da minha vida”, diz Edmonds, sobre o transplante de células-tronco.

Segundo o hospital City of Hope (Cidade da Esperança, em inglês), onde ele foi tratado, pessoas idosas com HIV costumam desenvolver este tipo de leucemia como consequência de um sistema imune enfraquecido por décadas de luta contra a AIDS.

“Usar a quimioterapia em um paciente como Edmonds, que também tomava as medicações antirretrovirais para pausar o desenvolvimento do HIV, seria um risco porque a quimio também enfraquece o sistema imune. Por isso o hospital começou a oferecer o transplante de células-tronco a pacientes que viviam com ambas as doenças”, explicou o City of Hope, em comunicado.

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A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids
O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas
O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais
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HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida

Getty Images
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A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids

Anna Shvets/Pexels
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O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas

iStock
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O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais

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A empresa de biotecnologia Moderna, junto com a organização de investigação científica Iavi, anunciou no início de 2022 a aplicação das primeiras doses de uma vacina experimental contra o HIV em humanos

Arthur Menescal/Especial Metrópoles
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Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças aprovou o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV em grupos de risco, inclusive para pessoas que mantém relações sexuais com indivíduos com o vírus

spukkato/iStock
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O Apretude funciona com duas injeções iniciais, administradas com um mês de intervalo. Depois, o tratamento continua com aplicações a cada dois meses

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O PrEP HIV é um tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) feito especificamente para prevenir a infecção pelo vírus da Aids com o uso de medicamentos antirretrovirais

Joshua Coleman/Unsplash
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Esses medicamentos atuam diretamente no vírus, impedindo a sua replicação e entrada nas células, por isso é um método eficaz para a prevenção da infecção pelo HIV

iStock

Uma vida de amor e luta

Edmonds vivia com o HIV desde 1988 e afirma que passou por todas as fases mais sombrias da doença, quando tê-la era quase uma sentença de morte. “Ter o HIV era como uma maldição. Tinha medo de me testar por que um positivo era a certeza de morte”, afirmou.

“Perdi muitos amigos, mais do que eu posso contar e este momento é um momento de esperança, mas também de memória por todos aqueles que nós perdemos”, disse o aposentado, ao programa de TV.

“Passei por muitas terapias na vida e quero contar minha história para trazer esperança a pessoas que vivem com o HIV”, completou Edmonds. O marido dele, Arnie House, com quem está desde 1989, é uma dessas pessoas.

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Paul Edmonds, ao lado do marido, Arnie House. Os dois são casados desde o fim dos anos 1980
Paul Edmonds, ao lado do marido, Arnie House, na época em que se conheceram e descobriram que tinham ambos o HIV
Paul Edmonds achou que ia morrer em 1988 quando soube que tinha o vírus
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Paul Edmonds, quinta pessoa a se curar do HIV no mundo, dá entrevista à emissora americana ABC

Reprodução/ABC TV
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Paul Edmonds, ao lado do marido, Arnie House. Os dois são casados desde o fim dos anos 1980

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Paul Edmonds, ao lado do marido, Arnie House, na época em que se conheceram e descobriram que tinham ambos o HIV

Reprodução/ABC TV
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Paul Edmonds achou que ia morrer em 1988 quando soube que tinha o vírus

Reprodução/ABC TV

House disse ao programa da ABC que estava tão feliz com a cura de Edmonds como teria ficado se fosse a dele. “Quando o conheci, eu sussurrei no ouvido dele: quero te conhecer melhor. Três décadas depois, a gente segue se conhecendo”, disse o marido.

“Estou grato por ter encontrado um doador, grato por estar vivo, estou infinitamente grato”, concluiu o aposentado.

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