Jornalista descobre câncer de pulmão após cair de bicicleta

Mariana Vicara, 41 anos, descobriu um tumor no pulmão ao fazer uma tomografia para avaliar costela fraturada em acidente de bicicleta

atualizado 21/05/2023 16:35

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Imagem colorida: mulher sorrindo Mariana Vicara/ Imagem cedida ao Metrópoles

A jornalista Mariana Vicara, 41 anos, estava inspirada a levar uma vida mais saudável em 2023. No início do ano, ela voltou a se exercitar e a pedalar por Brasília. Um acidente de bicicleta, entretanto, provocaria uma reviravolta em seus planos.

Após o tombo, Mariana foi levada a uma emergência médica e, durante exames para verificar a suspeita de uma fratura na costela, os médicos descobriram um tumor em estágio inicial no pulmão dela. “Levei um tombo inesperado. Fui projetada da bicicleta, bati a costela no guidão e fui para o chão”, lembra.

O diagnóstico foi um baque para Mariana, que não tinha nenhum fator de risco aparente para a doença. “A médica disse que não queria me assustar, mas tinha chamado a parte oncológica do hospital”, recorda.

Um exame de diagnóstico por imagem, o pet-scan, feito dias depois, confirmou que Mariana tinha um tumor maligno (adenocarcinoma) de 2,4 centímetros no pulmão esquerdo, do lado contrário à fratura na costela. O câncer de grau 2 ainda era considerado pequeno.

“No final da biópsia, o médico falou: ‘Mariana, é câncer’. Nesse momento, falei: ‘Bora lá! O que tiver que ser feito, vou encarar. Senti que era capaz de passar por isso e levar a mensagem de que a gente precisa de se cuidar e prevenir. O diagnóstico assusta, não é fácil. Porém, a gente sente uma energia para conseguir encarar o que tiver que ser feito”, pontua a jornalista.

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Mariana montou um "kit UTI" para levar ao hospital no dia da cirurgia

Mariana Vicara/ Imagem cedida ao Metrópoles
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Imagem de tomografia mostra câncer brilhando no pulmão de Mariana

Mariana Vicara/ Imagem cedida ao Metrópoles
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Mariana descobriu o tumor aos 41 anos

Mariana Vicara/ Imagem cedida ao Metrópoles

Câncer de pulmão

O câncer de pulmão é o terceiro mais comum em homens e o quarto em mulheres, no Brasil, sem contar o câncer de pele não melanoma, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Em números de mortalidade global, ele é o primeiro entre os homens e o segundo entre as mulheres.

O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença, mas existem outras causas, como a exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), histórico familiar e idade – a maioria dos casos ocorre entre os 50 e os 70 anos.

Mas nenhum desses era o caso de Mariana. “Não fumo. Detesto cigarro. Hoje incentivo as pessoas a pedirem uma tomografia do tórax nos exames de check-up, porque é importante”, ressalta.

O médico Carlos Tadeu, oncologista pela Universidade de São Paulo (USP), atuante na rede Dasa de Brasília, explica que alguns tumores podem ser desenvolvidos por mutações específicas, não relacionadas aos fatores de risco tradicionais. “Nesses casos, é interessante fazer uma análise genética para saber por que a mutação surgiu”, explica Tadeu.

O check-up de forma tradicional é indicado a partir dos 55 anos, em pacientes com histórico de tabagismo. Segundo Tadeu, a orientação tem sido revista para diagnosticar de forma cada vez mais precoce, contribuindo para uma resposta mais adequada do paciente ao tratamento, aumentando as chances de cura.

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O câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 13% de todos os casos novos são nos órgãos

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No fim do século 20, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis no mundo

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O tabagismo é a principal causa. Cerca de 85% dos casos diagnosticados estão associados ao consumo de derivados de tabaco

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A mortalidade entre fumantes é cerca de 15 vezes maior do que entre pessoas que nunca fumaram, enquanto entre ex-fumantes é cerca de quatro vezes maior

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A exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), fatores genéticos e história familiar de câncer de pulmão também favorecem o desenvolvimento desse tipo de câncer

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Outros fatores de risco são: exposição ocupacional a agentes químicos ou físicos, água potável contendo arsênico, altas doses de suplementos de betacaroteno em fumantes e ex-fumantes

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Os sintomas geralmente não ocorrem até que o câncer esteja avançado. Porém, pessoas no estágio inicial da doença já podem apresentar tosse persistente, escarro com sangue, dor no peito, pneumonia recorrente, cansaço extremo, rouquidão persistente, piora da falta de ar, diminuição do apetite e dificuldade em engolir

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O diagnóstico do câncer no pulmão é feito com a avaliação dos sinais e sintomas apresentados, o histórico de saúde familiar e o resultado de exames específicos, como a radiografia do tórax, tomografia computadorizada e biópsia do tecido pulmonar

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Para aqueles com doença localizada no pulmão e nos linfonodos, o tratamento é feito com radioterapia e quimioterapia ao mesmo tempo

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Em pacientes que apresentam metástases a distância, o tratamento é com quimioterapia ou, em casos selecionados, com medicação baseada em terapia-alvo

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A cirurgia, quando possível, consiste na retirada do tumor com uma margem de segurança, além da remoção dos linfonodos próximos ao pulmão e localizados no mediastino. É o tratamento de escolha por proporcionar melhores resultados e controle da doença

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Sintomas

Mariana não apresentava nenhum sintoma. “Não doía, eu não tossia, não cuspia sangue nem tinha dificuldade para respirar”, afirma.

Os sintomas do câncer de pulmão geralmente só aparecem quando a doença está em estágio mais avançado. No entanto, alguns pacientes em fase inicial apresentam determinados indícios, como tosse persistente, escarro com sangue, dor no peito, rouquidão, falta de ar, perda de peso e de apetite, pneumonia recorrente ou bronquite e cansaço.

Tratamento

A brasiliense foi operada em 6 de abril. Na análise da biópsia, ficou constatado que apenas 10% do conteúdo do tumor era cancerígeno. “Ele podia crescer, virar um limão, uma laranja, me levar a perder um pulmão, mas, felizmente, descobri o problema por conta de uma situação inusitada e perdi apenas uma parte do pulmão”, reflete.

Para complementar o tratamento, Mariana foi indicada a fazer caminhadas e a começar aulas de natação para expandir a parte pulmonar que ficou. Ela não precisará fazer quimioterapia ou radioterapia.

“Ainda estou me recuperando da cirurgia do pulmão, classificada como uma operação de pequena complexidade, mas de grande porte. O sentimento é de vitória”, afirma Mariana.

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