Parece história de criança que não quer tomar banho, mas a alergia à água existe. Um vídeo da influencer e professora de yoga Flávia Leonel Santana viralizou no TikTok após ela mostrar manchas vermelhas no corpo que surgiram após uma chuveirada.
A alergia à água realmente existe, sob o nome técnico de urticária aquagênica. A influencer afirma ter recebido o diagnóstico há cerca de 10 anos, ainda na adolescência. Em seus vídeos, Flávia conta que os sintomas aparecem sempre que sua pele está molhada e duram até que esteja bem seca.
“Basta a água bater um pouco na minha pele que já sinto se formar uma bolhinha, como se tivesse levado uma picada de mosquito. Quando estou no banho, geralmente tento ficar na água até que a coceira se torne insuportável e saio correndo para me secar e tentar evitar os sintomas mais intensos”, diz ela.
O que é a alergia a água?
As crises de coceira, de acordo com a influencer, por vezes chegam a durar horas, mesmo com a pele seca e isso já a obrigou a evitar os banhos por alguns dias. O tratamento dela, como em todos os casos da doença, é feito por antialérgicos comuns ou, em crises mais graves, com corticoides.
A urticária aquagênica é uma forma rara de coceira crônica desencadeada pelo contato com a água. A origem da doença não é totalmente compreendida, mas os sintomas se iniciam minutos após a exposição à água, independentemente de sua temperatura, e geram vermelhidão intensa.
Mais comum em mulheres
A reação alérgica ocorre só na pele e não se manifesta, por exemplo, ao beber água, mas qualquer contato da água com a pele, inclusive do suor e das lágrimas, pode desencadear o problema. A prevalência é maior em mulheres, com o início da doença ocorrendo durante a puberdade ou pós-puberdade devido à imaturidade do sistema imunológico.
“As lesões desaparecem em 30 a 60 minutos após cessar o contato da água com a pele. Raramente ocorrem sintomas associados como a falta de ar. Existem algumas formas atípicas como pacientes que apresentam urticas apenas após o contato com a água salinizada ou só em algumas partes do corpo, como a face”, explica Gabriela Andrade Coelho Dias, membro do Departamento Científico de Urticária da ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia).
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