Gustavo Fernandes: “Tratamento do câncer de mama é o que mais avança”

Pacientes diagnosticadas com câncer de mama têm melhor qualidade de vida e perspectiva de longevidade com os avanços na pesquisa da doença

atualizado 29/10/2023 17:55

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Foto colorida de homem de terno azul e gravata rosa sentado em estúdio - Metrópoles Metrópoles

O câncer de mama é o tipo mais comum da doença entre as mulheres de todo o mundo, sendo responsável por aproximadamente 28% dos diagnósticos oncológicos entre elas, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Felizmente, o tratamento da doença evoluiu significativamente nas últimas décadas, possibilitando melhor qualidade de vida e perspectiva de longevidade para as pacientes.

“O tratamento do câncer de mama avançou como em nenhuma outra doença. A qualidade de vida após o diagnóstico é maior hoje do que se via há 20 ou 30 anos”, afirma o oncologista Gustavo Fernandes, diretor nacional de Oncologia na Rede Dasa.

Em entrevista ao Metrópoles, o médico reafirma a importância dos exames de rotina como uma ferramenta para identificar a doença nos estágios iniciais, possibilitando o melhor prognóstico das pacientes. Ele também explica que a obesidade e o sedentarismo são fatores de risco importantes.

De acordo com Fernandes, o câncer tem uma relação estreita com a variação hormonal, e os hormônios esteróides vêm exatamente do tecido gorduroso. “O aumento da carga de gordura no corpo de uma mulher aumenta as chances de desenvolver câncer de mama”, afirma.

Sinais do câncer de mama

O aparecimento de nódulos palpáveis na mama e na axila é o principal sinal de alerta para o câncer de mama. “Se, ao se examinar, você sentir uma nodulação diferente na mama, não espere. Procure um médico”, aponta o oncologista.

Outros sintomas também podem indicar a presença de câncer de mama, como secreção aquosa ou sanguinolenta pelo mamilo, pele com aspecto de casca de laranja, retração do mamilo, vermelhidão da pele da mama, inversão do mamilo, inchaço da mama e dor local.

“Normalmente, quando a paciente observa esses sinais e coloca a mão, ela sente um nódulo por baixo”, afirma Fernandes.

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Câncer de mama é uma doença caracterizada pela multiplicação desordenada de células da mama causando tumor. Apesar de acometer, principalmente, mulheres, a enfermidade também pode ser diagnosticada em homens

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Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados cedo, apresentam bom prognóstico

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Não há uma causa específica para a doença. Contudo, fatores ambientais, genéticos, hormonais e comportamentais podem aumentar o risco de desenvolvimento da enfermidade. Além disso, o risco aumenta com a idade, sendo comum em pessoas com mais de 50 anos

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Apesar de haver chances reais de cura se diagnosticado precocemente, o câncer de mama é desafiador. Muitas vezes, leva a força, os cabelos, os seios, a autoestima e, em alguns casos, a vida. Segundo o Inca, a enfermidade é responsável pelo maior número de óbitos por câncer na população feminina brasileira

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Os principais sinais da doença são o aparecimento de caroços ou nódulos endurecidos e geralmente indolores. Além desses, alteração na característica da pele ou do bico dos seios, saída espontânea de líquido de um dos mamilos, nódulos no pescoço ou na região das axilas e pele da mama vermelha ou parecida com casca de laranja são outros sintomas

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O famoso autoexame é extremamente importante na identificação precoce da doença. No entanto, para fazê-lo corretamente é importante realizar a avaliação em três momentos diferentes: em frente ao espelho, em pé e deitada

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Faça o autoexame. Em frente ao espelho, tire toda a roupa e observe os seios com os braços caídos. Em seguida, levante os braços e verifique as mamas. Por fim, coloque as mãos apoiadas na bacia, fazendo pressão para observar se existe alguma alteração na superfície dos seios

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A palpação de pé deve ser feita durante o banho com o corpo molhado e as mãos ensaboadas. Para isso, levante o braço esquerdo, colocando a mão atrás da cabeça. Em seguida, apalpe cuidadosamente a mama esquerda com a mão direita. Repita os passos no seio direito

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A palpação deve ser feita com os dedos da mão juntos e esticados, em movimentos circulares em toda a mama e de cima para baixo. Depois da palpação, deve-se também pressionar os mamilos suavemente para observar se existe a saída de qualquer líquido

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Por fim, deitada, coloque a mão esquerda na nuca. Em seguida, com a mão direita, apalpe o seio esquerdo verificando toda a região. Esses passos devem ser repetidos no seio direito para terminar a avaliação das duas mamas

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Mulheres após os 20 anos que tenham casos de câncer na família ou com mais de 40 anos sem casos de câncer na família devem realizar o autoexame da mama para prevenir e diagnosticar precocemente a doença

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O autoexame também pode ser feito por homens, que apesar da atipicidade, podem sofrer com esse tipo de câncer, apresentando sintomas semelhantes

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De acordo com especialistas, diante da suspeita da doença, é importante procurar um médico para dar início a exames oficiais, como a mamografia e análises laboratoriais, capazes de apontar a presença da enfermidade

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É importante saber que a presença de pequenos nódulos na mama não indica, necessariamente, que um câncer está se desenvolvendo. No entanto, se esse nódulo for aumentando ao longo do tempo ou se causar outros sintomas, pode indicar malignidade e, por isso, deve ser investigado por um médico

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O tratamento do câncer de mama dependerá da extensão da doença e das características do tumor. Contudo, pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica

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Os resultados, porém, são melhores quando a doença é diagnosticada no início. No caso de ter se espalhado para outros órgãos (metástases), o tratamento buscará prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida do paciente

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O médico alerta que as mulheres não devem esperar pelo surgimento de sinais da doença para cuidar da saúde. Por isso, a mamografia é uma importante aliada: o exame de imagem das mamas deve ser realizado anualmente, entrando na rotina do check-up entre os 40 e 50 anos anos de idade.

A alta resolução do exame fornece imagens detalhadas capazes de identificar o surgimento de nódulos na fase inicial do câncer, antes mesmo que a mulher apresente sintomas.

O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura por tratamentos menos invasivos e, consequentemente, reduz o risco de morte pelo câncer de mama.

“Fazer uma mamografia por ano significa diminuir o risco de evolução ruim do câncer de mama. As chances de a mulher precisar passar por uma cirurgia mutilante caem substancialmente quando se faz exames preventivos. A radioterapia deve ser menos intensa e em uma área menor, e há uma probabilidade mais alta de ela não precisar fazer quimioterapia”, afirma.

Mitos sobre o câncer de mama

O câncer de mama é rodeado por mitos que assustam as pacientes e familiares. Fernandes enumera alguns deles que ainda atrapalham a prevenção, o diagnóstico e o tratamento adequado. “Os mitos são associados aos medos, e eles vêm do que se observava no passado”, aponta.

Câncer de mama e mortalidade
Há até pouco tempo, o diagnóstico era visto como uma sentença de morte, mas as pesquisas sobre a doença evoluíram muito nos últimos 50 anos, possibilitando uma melhor perspectiva de vida da paciente.

Quando o tratamento começa cedo, hoje, a mortalidade por câncer de mama é menor do que 10%.

Quimioterapia
Ao contrário da crença popular, nem toda paciente com câncer de mama precisa passar pela quimioterapia.

Outro ponto que precisa ser considerado é que a quimioterapia evolui cada vez mais, oferecendo eficácia com baixa toxicidade. Grande parte dos tratamentos são feitos sem perda de cabelo, por exemplo, impactando menos a vida da paciente.

Mastectomia
As cirurgias estão cada vez mais refinadas. Hoje, é possível retirar o tumor e preservar a mama da paciente, complementando o tratamento com radioterapia localizada.

Tratamento
O tratamento do câncer de mama não é igual para todo mundo. A doença tem vários subtipos que reagem de forma diferente às terapias.

“O conhecimento da biologia da doença permite entregar para a paciente o mais próximo que seja de um tratamento ideal para ela, deixando de lado toda uma parafernalha que se utilizava em todo mundo”, afirma Fernandes.

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