O governo do Peru declarou uma emergência sanitária no domingo (9/7) após se multiplicarem casos da síndrome de Guillain Barré no país. A doença que ataca o sistema nervoso é rara e grave e está relacionada a pelo menos quatro mortes nas últimas semanas no país.
Ainda não se sabe qual é a causa do aumento repentino de casos, pois a síndrome tem múltiplas causas. Foram registrados 180 casos de Guillain Barré no país entre janeiro e julho, de acordo com o Ministério da Saúde do Peru.
O aumento incomum de casos levou o país a solicitar preferência para comprar imunoglobulina injetável nos próximos dois anos para tratar os pacientes com Guillain Barré. Entre 5% e 15% das pessoas com a doença acabam morrendo, principalmente, quando os neurônios que controlam a respiração são atingidos.
O que é a síndrome?
A síndrome de Guillain Barré é um distúrbio em que o sistema imunológico do corpo começa a atacar partes do sistema nervoso. Ela geralmente é provocada por um processo infeccioso de doenças virais e bacterianas anteriores, como se o corpo traumatizado passasse a exagerar nas defesas.
Várias infecções têm sido associadas à Guillain Barré, sendo a contaminação pela bactéria Campylobacter, que causa diarreia, a mais comum. Também infecções de Covid-19, zika, dengue, sarampo e gripe já foram associados ao distúrbio.
No Brasil, os casos são tão raros que o Ministério da Saúde nem mesmo mantém estatísticas sobre a doença. A estimativa, porém, é que incidência anual seja de 1 a 4 casos por 100 mil habitantes. As vítimas mas frequentes são pessoas na faixa etária entre 20 e 40 anos de idade.
Quais os sintomas de Guillain Barré?
A maioria dos pacientes percebe inicialmente a doença pela sensação de dormência ou queimação nas extremidades dos membros inferiores (pés e pernas) e, em seguida, superiores (mãos e braços). Isso é produto do ataque aos neurônios que comunicam essas partes do corpo com o cérebro. Os sintomas também podem incluir:
- Progressiva fraqueza muscular;
- Dificuldade em respirar nos casos mais graves;
- Sonolência;
- Confusão mental;
- Crises epilépticas;
- Alteração do nível de consciência;
- Perda da coordenação muscular;
- Visão dupla;
- Fraqueza facial;
- Tremores;
- Redução ou perda do tônus muscular.
Diagnóstico e tratamento
Não existe um exame que possa identificar a doença no estado inicial. Esta confirmação é feita com base na observação clínica e no estudo do histórico de saúde do paciente, especialmente se houve algum adoecimento recente.
Os exames só são mais precisos quando a debilitação da Guillain Barré atinge a medula. A doença é curável para a maioria dos pacientes, mas é preciso acompanhar sequelas, principalmente na capacidade muscular.
Para o tratamento é preciso fazer injeções dentro do hospital de imunoglobulina intravenosa e transfusão de plasma sanguíneo para que a recuperação seja mais rápida.
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