Exame de sangue identifica risco de diabetes tipo 2 até 10 anos antes

Teste desenvolvido na Universidade de Edimburgo avalia mudanças no DNA do sangue antes mesmo que o paciente desenvolva sintomas

atualizado 07/04/2023 13:38

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Pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, desenvolveram um exame de sangue capaz de rastrear sinais precoces de diabetes tipo 2 em pacientes cerca de uma década antes que eles sejam diagnosticados com a doença.

A descoberta foi publicada nessa quinta-feira (6/4) na revista Nature Aging. Os autores esperam que o teste seja incorporado à lista dos exames de rotina no futuro para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

O teste procura a metilação do DNA, um tipo de modificação química que pode mostrar a atividade dos genes ligados à diabetes aumentando ou diminuindo quando o paciente está nos estágios iniciais da doença.

De acordo com os cientistas, a adição desse dado a outros fatores de risco, como idade, peso e histórico familiar, fornece uma previsão mais precisa aos pacientes. Com isso, eles poderiam adotar medidas para evitar o desenvolvimento da doença ou iniciar o tratamento antes que a condição se estabeleça.

“Um exame de sangue que informa às pessoas o risco de desenvolver diabetes tipo 2 pode fazer parte de um check-up de saúde melhorado no futuro”, afirma o professor Riccardo Marioni, principal autor do estudo, em comunicado.

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A diabetes é uma doença que tem como principal característica o aumento dos níveis de açúcar no sangue. Grave e, durante boa parte do tempo, silenciosa, ela pode afetar vários órgãos do corpo, tais como: olhos, rins, nervos e coração, quando não tratada

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A diabetes surge devido ao aumento da glicose no sangue, que é chamado de hiperglicemia. Isso ocorre como consequência de defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas

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A função principal da insulina é promover a entrada de glicose nas células, de forma que elas aproveitem o açúcar para as atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação ocasiona o acúmulo de glicose no sangue, que em circulação no organismo vai danificando os outros órgãos do corpo

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Uma das principais causas da doença é a má alimentação. Dietas ruins baseadas em alimentos industrializados e açucarados, por exemplo, podem desencadear diabetes. Além disso, a falta de exercícios físicos também contribui para o mal

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A diabetes pode ser dividida em três principais tipos. A tipo 1, em que o pâncreas para de produzir insulina, é a tipagem menos comum e surge desde o nascimento. Os portadores do tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normais

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Já a diabetes tipo 2 é considerada a mais comum da doença. Ocorre quando o paciente desenvolve resistência à insulina ou produz quantidade insuficiente do hormônio. O tratamento inclui atividades físicas regulares e controle da dieta

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A diabetes gestacional acomete grávidas que, em geral, apresentam histórico familiar da doença. A resistência à insulina ocorre especialmente a partir do segundo trimestre e pode causar complicações para o bebê, como má formação, prematuridade, problemas respiratórios, entre outros

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Além dessas, existem ainda outras formas de desenvolver a doença, apesar de raras. Algumas delas são: devido a doenças no pâncreas, defeito genético, por doenças endócrinas ou por uso de medicamento

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É comum também a utilização do termo pré-diabetes, que indica o aumento considerável de açúcar no sangue, mas não o suficiente para diagnosticar a doença

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Os sintomas da diabetes podem variar dependendo do tipo. No entanto, de forma geral, são: sede intensa, urina em excesso e coceira no corpo. Histórico familiar e obesidade são fatores de risco

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Alguns outros sinais também podem indicar a presença da doença, como saliências ósseas nos pés e insensibilidade na região, visão embaçada, presença frequente de micoses e infecções

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O diagnóstico é feito após exames de rotina, como o teste de glicemia em jejum, que mede a quantidade de glicose no sangue. Os valores de referência são: inferior a 99 mg/dL (normal), entre 100 a 125 mg/dL (pré-diabetes), acima de 126 mg/dL (Diabetes)

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Qualquer que seja o tipo da doença, o principal tratamento é controlar os níveis de glicose. Manter uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios ajudam a manter o peso saudável e os índices glicêmicos e de colesterol sob controle

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Quando a diabetes não é tratada devidamente, os níveis de açúcar no sangue podem ficar elevados por muito tempo e causar sérios problemas ao paciente. Algumas das complicações geradas são surdez, neuropatia, doenças cardiovasculares, retinoplastia e até mesmo depressão

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Estudo

O exame foi desenvolvido a partir de um estudo com 14.613 voluntários da Escócia e 1.451 da Alemanha que tiveram a saúde rastreada ao longo de 15 anos.

Neste período, os médicos coletaram amostras de sangue de metade dos participantes para entender as diferenças entre aqueles que foram diagnosticados com diabetes tipo 2 e os que não desenvolveram a doença.

Depois, os pesquisadores replicaram o modelo do exame com a outra metade dos voluntários para prever os casos que ocorreriam em uma década após o teste. Exames tradicionais, que levavam em consideração aspectos como histórico familiar, idade e sobrepeso ou obesidade, foram capazes de antecipar 30% dos diagnósticos. A nova análise foi mais eficiente, detectando 48% dos casos, uma alta de 18%.

“Abordagens semelhantes podem ser adotadas para outras doenças comuns e gerar amplos preditores de saúde a partir de uma única amostra de sangue ou saliva”, acredita Marioni.

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