Estudo inédito da UnB pode ter impacto na indústria alimentícia. Entenda

Pesquisa de vanguarda feita na UnB avança no entendimento do funcionamento de uma bactéria essencial para a indústria alimentícia

atualizado 13/07/2023 14:09

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Imagem colorida mostra os quatro pesquisadores em laboratório da UnB - Metrópoles Luis Gustavo Prado/Secom UnB

Pesquisadores do Instituto de Biologia da Universidade de Brasília (UnB) conseguiram, pela primeira vez no Brasil e possivelmente na América Latina, analisar as proteínas de uma bactéria muito importante para a alimentação e a agricultura.

Usando uma máquina ainda rara no país, os cientistas fizeram uma espectometria de massas na bactéria Corynebacterium glutamicum — entre outras substâncias, ela produz glutamato (usado na alimentação) e lisina (componente da ração de aves e porcos).

O glutamato é um aminoácido usado pela indústria alimentícia para realçar sabor, e é responsável pelo gosto umami. Ele está presente em vários molhos, enlatados e embutidos, salgadinhos, temperos prontos e macarrão instantâneo.

A espectometria de massas é uma técnica que analisa a proporção de massa e a estrutura de uma molécula para identificar de detalhar seus compostos.

“Foi o primeiro artigo usando a técnica no país, e é 100% brasileiro — todos os pesquisadores que assinam são da UnB. Uma das coisas que descobrimos é que algumas enzimas relacionadas à produção de glutamato têm modificações ainda não descritas na literatura”, explica o professor Luiz Henrique do Vale, um dos responsáveis pelo trabalho. A pesquisa foi financiada pelo Fundo de Apoio à Pesquisa (FAP) do Distrito Federal.

Ele conta que essa descoberta é importante para entender melhor como a bactéria funciona e aprender a interferir em seus ciclos com o objetivo de otimizar a produção do glutamato e da lisina.

O maior desafio foi conseguir, de fato, operar a máquina para aplicar a técnica. Luiz precisou fazer o pós-doutorado nos Estados Unidos para aprender como fazer a espectometria de massas.

“Depois disso, foi complicado fazer a pesquisa em si. O aparelho parou de funcionar várias vezes, e sempre era necessário pedir verba de manutenção. Os gastos são altos: estávamos com um contrato de 300 mil reais, mas não temos mais”, conta o pesquisador.

O grupo tenta agora financiamento para comprar uma máquina mais nova, que pode custar mais de um milhão de reais.

O estudo foi publicado na revista científica Scientific Reports, do grupo Nature, em fevereiro deste ano. Luiz aponta que a pesquisa é essencial para manter a força e potência da universidade no cenário científico brasileiro. “Conseguimos contribuir para colocar a UnB na vanguarda da pesquisa”, diz.

Próximos passos na UnB

A pesquisa com o espectômetro de massas continua. Outra linha sendo estudada é voltada para a área ambiental. A equipe de Luiz encontrou alguns fungos do Cerrado que consomem petróleo e poderiam ser usados, no futuro, para ajudar a resolver derramamentos de óleo.

“Estamos investigando bioquimicamente como ele se movimenta para consumir o material. Fiquei surpreso que alguns dos fungos gostam mais de petróleo do que de carboidratos de glicose, e acabam crescendo bastante. Era um tiro no escuro”, conta o professor.

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