A esclerose múltipla é uma doença autoimune degenerativa progressiva, que causa paralisia em parte dos pacientes. A ciência ainda não sabe exatamente o que desencadeia a condição, e não existe tratamento completamente eficaz. Porém, pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, deram mais um passo em direção à uma terapia que funcione contra a doença. O estudo foi publicado na revista científica PNAS em 19 de abril.
Os cientistas conseguiram até reverter quadros de paralisia em ratos com o uso de uma espécie de “mochila” com medicamentos que é instalada em células mielóides. Na esclerose múltipla, a barra de mielina que cobre os nervos se deteriora por inflamações causadas pelo próprio organismo, atrapalhando a comunicação do corpo com o cérebro e dificultando a movimentação dos membros. O ataque é liderado pelas células de defesa do paciente.
Os cientistas colheram células mieloides (unidades de defesa ligadas à inflamação) de ratos saudáveis e instalaram discos com drogas anti-inflamatórias em suas superfícies.
As células foram colocadas em animais com quadro semelhante ao de esclerose múltipla, e foram capazes de melhorar a resposta imune do corpo à inflamação causada pela doença. Foi observada reversão parcial da paralisia e melhora das funções motoras.
“Essas são células muito flexíveis que podem variar em diferentes estados e, por isso, são difíceis de controlar. Nossa mochila feita de biomaterial é uma maneira efetiva de mantê-las em sua função anti-inflamatória”, afirma o bioengenheiro Samir Mitragotri, o autor sênior do estudo.
Os cientistas devem continuar estudando a técnica, dessa vez contra uma forma recorrente de esclerose múltipla. Caso o tratamento funcione, poderá ser combinado com outros medicamentos para garantir que o sistema imunológico do paciente funcione da maneira correta.
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