Faustão: falta de doadores é maior entrave a transplantes de coração

Transplantes de coração e outros órgãos sólidos dependem de autorização da família dos doadores em potencial, e processo é complicado

atualizado 23/08/2023 12:54

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Foto colorida de Faustão com braços cruzados e microfone na mão - Metrópoles Renato Pizzutto/Band

Atualmente, 378 pessoas esperam na fila para receber um transplante de coração no Brasil: entre elas, desde domingo (20/8), está o apresentador de TV Fausto Silva, o Faustão. Ele foi incluído na fila por uma grave insuficiência cardíaca. A doença é uma das que mais levam à necessidade de transplante, assim como entupimentos graves e arritimias severas.

Embora a fila de pacientes que precisam de transplante de coração seja pequena quando comparada às cerca de 65 mil pessoas que esperam por outros órgãos e medula óssea no país, ela não está perto de ser zerada. No Brasil, o tempo de espera para receber um coração é de, em média, 12 meses. Em alguns casos, pode chegar a até 2 anos.

No primeiro semestre deste ano, foram feitos 206 transplantes de coração no Brasil. Ainda que o número seja 16% maior em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, ainda não foi possível superar os impactos da pandemia de Covid-19, quando os procedimentos foram praticamente congelados.

No ritmo atual, especialistas avaliam que seria necessário ao menos o dobro de cirurgias para combater a demanda reprimida pelo órgão.

“A principal dificuldade é encontrar doadores. Temos vários centros de saúde no Brasil que são capazes de realizar o procedimento, muitos médicos qualificados e um sistema integrado de filas que permite organizar o transporte dos órgãos. Entretanto, ainda há poucas pessoas interessadas em doar”, aponta o cardiologista Roberto Kalil, presidente do Conselho do Incor e diretor de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês.

E não basta querer: existe uma série de critérios que restringe as doações, especialmente no caso de mortes violentas.

Além disso, doar órgãos é basicamente uma decisão da família do indivíduo que acaba de morrer. Um dos fatores que ainda mantém o número de doadores baixo é a dificuldade dos parentes de fazer a escolha: não há muito tempo para pensar depois de atestada a morte cerebral e, diante da pressão, muitos não entram em consenso.

Sem a autorização dos familiares, mesmo que haja uma documentação atestando a vontade prévia do paciente de doar seus órgãos, o procedimento não pode ser feito.

“Quem se interessa por doar deve deixar muito claro para a família a vontade em todas as oportunidades, para que isso já seja um ponto pacífico no momento do questionamento. Todo procedimento de doação é complexo e é uma corrida contra o relógio”, diz Kalil.

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Faustão

Reprodução/Redes Sociais
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O transplante de Faustão foi realizado no domingo (27/8)

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Faustão na Band, Fausto Silva

Renato Pizzutto/Band
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João Guilherme Silva faz pergunta sobre sexo e choca Faustão

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Em 17 de janeiro de 2022, entrou no ar o programa de auditório Faustão na Band, com quadros semelhantes aos apresentados no Domingão do Faustão. O programa vai ao ar das 20h30 até as 22h45, de segunda a sexta

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Fausto SIlva, o Faustão, tem insufuciência cardíaca

Reprodução
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Apesar de não falar muito sobre a vida pessoal, Faustão também já esteve envolvido em polêmicas. Além de ser conhecido por constantemente interromper a fala dos convidados, Silva já foi acusado de racismo após comparar o cabelo black power da dançarina Arielle Macedo, bailarina da cantora Anitta, ao “cabelo de uma vassoura de bruxa”

Globo/Reprodução
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Faustão começou a carreira aos 14 anos, trabalhando como repórter da rádio Centenário de Araras. Mais tarde, mudou-se para Campinas e passou a trabalhar na Rádio Cultura. Em 1970, foi contratado para apresentar o jornal da noite da Record TV, onde também foi redator

TV Globo/Reprodução
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Faustão realizou seu transplante no domingo (28/8) após encontrar um doador compatível em apenas uma semana na fila

Reprodução
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Na Globo, também apresentou o Réveillon do Faustão, produzido durante as vésperas de ano-novo de 1991 até 1996

TV Globo/Reprodução

A espera por um transplante de coração

A fila do transplante é organizada por diversos critérios. O tempo de espera é um deles. Encontrar um órgão compatível, no entanto, também pode ser um desafio dependendo do tamanho corporal e do tipo sanguíneo de quem espera a doação.

A gravidade do quadro clínico é o principal determinante para que o indivíduo avance posições e consiga reduzir a espera. “Muitas vezes, enquanto aguarda o transplante cardíaco, o paciente tem uma piora. Em casos como este, a posição da pessoa é atualizada na fila e ela ganha preferência”, explica Kalil.

Segundo o cardiologista, porém, mesmo os casos de prioridade máxima precisam esperar até que se encontre um doador. “Até para pacientes que já estão usando o coração artificial, a última alternativa antes dos transplantes de coração, o tempo de espera pode chegar a três meses”, afirma o especialista.

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