Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, concluiu que o consumo exagerado de alimentos ultraprocessados (AUP) pode deixar uma pessoa deprimida.
O artigo tem previsão de publicação na revista científica Journal of Affective Disorders no dia 1º de maio. Para sua realização, os cientistas entrevistaram 2.572 graduandos e pós graduandos brasileiros sobre seus hábitos alimentares e estilo de vida.
Os voluntários foram orientados a responder questionários a cada dois anos, entre 2016 e 2020, sobre qual era a frequência e quantidade de consumo de 144 alimentos, entre opções ultraprocessadas e naturais.
Além disso, eles foram questionados sobre seu índice de massa corporal (IMC), se fumavam ou ingeriam bebidas alcoolicas, quantas horas por dia assistiam TV, se tinham diabetes e se já tinham sido diagnosticados com depressão clínica.
No início do estudo, de acordo com os pesquisadores, a prevalência da depressão no Brasil era de 12,8%. A taxa é relativamente alta quando comparada ao nível mundial, com incidência da doença em 5% da população, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os cientistas observaram que os voluntários com dietas piores (31% da alimentação diária composta por ultraprocessados) apresentaram 82% mais chance de ter depressão do que os participantes que tinham 16% da dieta diária composta por AUPs. Ao todo, 246 estudantes foram diagnosticados com depressão.
O grupo depressivo também apresentava maior probabilidade de ter sobrepeso, morar sozinho, assistir mais TV e consumir menos vitaminas.
No entanto, o estudo dependia das informações fornecidas pelos participantes, o que significa que os dados podem ser imprecisos. Os pesquisadores defendem que mais investigações devem ser feitas para entender melhor essa relação.
“O maior consumo de alimentos ultraprocessados é um fator de risco para a incidência de depressão em adultos brasileiros com alta escolaridade, relacionado ao maior consumo de bombons/bolachas, refrigerantes, pão branco fatiado, cachorro-quente/hambúrguer e margarina. Nossos resultados reforçam a importância de políticas públicas e estratégias de educação em saúde para reduzir o consumo desses alimentos, com consequente redução dos índices de depressão”, pontuam os cientistas.
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