Covid: proteção contra doença grave é alta nos 10 meses após infecção

Estudo publicado na revista The Lancet mostra que tempo de imunidade contra infecção e sintomas caiu após surgimento da variante Ômicron

atualizado 17/02/2023 17:29

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Imagem colorida: variantes do coronavírus. Cientistas desenvolvem aparelho que detecta Covid-19 no ar em tempo real Dispositivo criado por engenheiros químicos dos EUA teve uma eficiência entre 77% e 83% em perceber o vírus no ar - Metrópoles Getty Images

As pessoas infectadas pelo coronavírus correm um risco 88% menor de serem hospitalizadas ou de morrerem pela Covid-19 caso fiquem doentes novamente nos dez meses seguintes, em comparação com aquelas que não foram infectadas anteriormente, segundo mostra um estudo publicado nessa quinta-feira (16/2) na revista científica The Lancet.

A pesquisa feita por cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, é considerada a mais abrangente a fornecer evidências sobre a proteção gerada pela imunidade natural por diferentes variantes do coronavírus e como ela decai com o passar do tempo.

O levantamento foi feito a partir da revisão e metanálise de 65 estudos, realizados em 19 países, que compararam a redução do risco de Covid-19 entre as pessoas não vacinadas que foram infectadas pelo Sars-CoV-2 a indivíduos não vacinados, sem infecção anterior, até setembro de 2022.

A proteção contra reinfecção por uma das variantes do coronavírus no período prévio ao surgimento da Ômicron foi de aproximadamente 85% no intervalo de um mês e caiu para 79% em dez meses.

Porém, a identificação da Ômicron e suas variantes mudou este cenário significativamente, aumentando a recorrência de reinfecções em todo o mundo.

Segundo a revisão norte-americana, pessoas que tinham sido infectadas por uma das cepas anteriores (Alfa, Delta, etc) e tiveram contato com a primeira subvariante da Ômicron (BA.1), apresentaram forte proteção contra novas infecções no primeiro mês (79%), mas ela caiu rapidamente, chegando a apenas 36% em cerca de dez meses — porcentagem muito menor do que o observado anteriormente.

Seis dos estudos analisados mostraram uma proteção significativamente reduzida contra as sublinhagens BA.2 e BA.4/BA.5 quando a infecção anterior era por uma das primeiras cepas. O nível de defesas foi mais alto quando o paciente já tinha sido contaminado pela Ômicron.

Pacientes que foram infectados anteriormente com a cepa original do vírus ou as variantes Alfa, Delta e BA.1 tiveram defesa contra reinfecção, doença sintomática e quadro grave semelhante à obtida após as duas doses das vacinas de mRNA, como as da Pfizer/ BioNTech e da Moderna.

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A dose de reforço deve ser administrada com um intervalo mínimo de quatro meses após o indivíduo completar o esquema vacinal inicial. A aplicação extra serve para aumentar a quantidade de células de memória e fortalecer, ainda mais, os anticorpos que elas produzem
Especialistas destacam que uma das principais medidas proporcionadas pela dose de reforço consiste na ampliação da resposta imune. A terceira dose ocasiona o aumento da quantidade de anticorpos circulantes no organismo, o que reduz a chance de a pessoa imunizada ficar doente
Aos idosos e aos imunossuprimidos, a dose de reforço amplia a efetividade da imunização, uma vez que esses grupos não desenvolvem resposta imunológica adequada
Outra medida importante é a redução da chance de infecção em caso de novas variantes. O anticorpo promovido pela vacina é direcionado para a cepa que deu origem à fórmula e, nesse processo, as pessoas também produzem anticorpos que possuem diversidade. Quanto maior o alcance das proteínas que defendem o organismo, maior é a probabilidade que alguns se liguem à variante nova
O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e membro do Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Renato Kfouri afirma que o esquema de mistura de vacinas de laboratórios diferentes é uma
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Diante do cenário de pandemia e da ampliação da dose de reforço, algumas pessoas ainda se perguntam qual é a importância da terceira dose da vacina contra a Covid-19

Istock
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A dose de reforço deve ser administrada com um intervalo mínimo de quatro meses após o indivíduo completar o esquema vacinal inicial. A aplicação extra serve para aumentar a quantidade de células de memória e fortalecer, ainda mais, os anticorpos que elas produzem

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Especialistas destacam que uma das principais medidas proporcionadas pela dose de reforço consiste na ampliação da resposta imune. A terceira dose ocasiona o aumento da quantidade de anticorpos circulantes no organismo, o que reduz a chance de a pessoa imunizada ficar doente

Tomaz Silva/Agência Brasil
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Aos idosos e aos imunossuprimidos, a dose de reforço amplia a efetividade da imunização, uma vez que esses grupos não desenvolvem resposta imunológica adequada

Hugo Barreto/Metrópoles
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Outra medida importante é a redução da chance de infecção em caso de novas variantes. O anticorpo promovido pela vacina é direcionado para a cepa que deu origem à fórmula e, nesse processo, as pessoas também produzem anticorpos que possuem diversidade. Quanto maior o alcance das proteínas que defendem o organismo, maior é a probabilidade que alguns se liguem à variante nova

Westend61/GettyImages
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O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e membro do Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Renato Kfouri afirma que o esquema de mistura de vacinas de laboratórios diferentes é uma

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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As reações à dose de reforço são semelhantes às duas doses anteriores. É esperado que ocorram sintomas leves a moderados, como cansaço excessivo e dor no local da injeção. Porém, há também relatos de sintomas que incluem vermelhidão ou inchaço local, dor de cabeça, dor muscular, calafrios, febre ou náusea

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Vale ressaltar que o uso de três doses tem o principal objetivo de diminuir a quantidade de casos graves e o número de hospitalizações por Covid-19

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Foco na vacinação

Embora a infecção tenha um papel importante na proteção natural do organismo a novos contatos com o vírus, os pesquisadores lembram que a vacinação ainda é a maneira mais segura de adquirir imunidade.

“As vacinas continuam a ser importantes para todos, protegem as populações de alto risco, como aqueles com mais de 60 anos de idade e com comorbidades. Isso também inclui populações que não foram infectadas anteriormente”, afirma a coautora do artigo, Caroline Stein.

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