Covid longa é mais severa em idosos e também mais difícil de apontar

Idosos continuam sentindo sintomas da Covid longa de forma mais intensa e com mais risco de morte mesmo dois anos após a infecção

atualizado 04/09/2023 15:27

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Foto mostra casal de idosos, um deles tossindo Getty Images

De acordo com um estudo publicado na revista Nature em 21/8, idosos parecem ser mais suscetíveis a formas graves da Covid longa mesmo dois anos após a infecção.

Os investigadores da Universidade de Saint Louis, nos Estados Unidos, avaliaram a Covid longa em 138 mil veteranos do exército americano, em geral homens com uma média de idade de 60 anos.

Segundo a pesquisa, a doença pode causar complicações graves mesmo dois anos após a infecção original. Elas podem ser agrupadas em quatro conjuntos:

  • Maiores chances de enfrentar declínio cognitivo e sintomas neurológicos;
  • Risco de distúrbios metabólicos, como diabetes ou aumento do colesterol;
  • Problemas cardiovasculares, incluindo o aumento de risco de infarto e de acidente vascular cerebral (AVC);
  • Aumento de problemas gastrointestinais, como diarreias frequentes e até manifestações de pancreatite.

A médica Monica Verduzco-Gutierrez, diretora de pesquisa em saúde da Universidade do Texas, ajudou a criar o primeiro protocolo de tratamento de Covid longa e pondera que os sintomas da condição são ainda mais difíceis de diagnosticar em idosos.

“Muitas vezes há uma menor preocupação com os sintomas em idosos, que confundem a Covid longa com outras condições comuns da idade avançada, como o aumento da pressão arterial”, pontua a especialista, em entrevista ao jornal The New York Times.

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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo
Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais
Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar
A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus
Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo
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Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada

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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo

Pixabay
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Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais

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Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar

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A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus

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Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo

Metrópoles
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Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma "segunda onda" dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo

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Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a dia

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Apesar de uma total recuperação da doença, estudos recentes da Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, alertam que qualquer pessoa recuperada da Covid-19 pode sofrer complicações no ano seguinte à infecção, uma covid longa

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Foram analisados os dados de 150 mil pessoas que tiveram Covid-19 para chegar às complicações mais comuns

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O risco de ter um ataque cardíaco, por exemplo, é 63% maior para quem já teve a infecção. A chance de doença arterial coronariana sobe para 72%, e para infarto, 52%

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Também chama a atenção dos cientistas o aumento da quantidade de pacientes com depressão e ansiedade

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O estudo também registrou casos de Doença Arterial Coroniana, falência cardíaca, coágulos sanguíneos, batimentos irregulares e embolia pulmonar

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O que é a Covid longa?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define que a Covid longa é a continuação de sintomas da infecção mesmo três meses após o surgimento da doença inicial.

Embora a condição afete normalmente pacientes que ficaram gravemente doentes e necessitaram de hospitalização, ela também pode ocorrer após infecções leves. Segundo a Fiocruz, cerca de 10% das pessoas que tiveram a doença terão Covid longa.

Segundo os pesquisadores de Saint Louis, o risco de morte em idosos que foram hospitalizados por Covid-19 segue mais alto mesmo dois anos após a infecção inicial.

“Vimos muitas pessoas que tinham condições prévias sutis, como declínio cognitivo, acabarem evoluindo para uma demência por conta da Covid longa”, afirma Monica.

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