Como o diagnóstico de autismo leve ou tardio é feito?

O transtorno do espectro autista possui diferentes gradações. Entenda por que é cada vez mais comum fechar o diagnóstico na vida adulta

atualizado 16/03/2023 18:19

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Imagem colorida: homem sentado em cama se espreguiçando - Metrópoles Getty Images

Tem se tornado cada vez mais comum o diagnóstico de autismo na vida adulta. Isso porque, atualmente, as informações sobre essa condição de saúde têm circulando mais.

Pessoas com autismo leve, que não manifestam características moderadas ou severas do transtorno do espectro autista (TEA), têm se reconhecido em alguns sintomas e buscado tratamento para lidar com dificuldades que lhes pareciam naturais.

Os sintomas leves do autismo podem ser confundidos, por exemplo, com timidez, falta de afetividade ou com comorbidades psiquiátricas, como o transtorno de ansiedade social, o transtorno obsessivo-compulsivo ou mesmo o transtorno esquizoafetivo.

A psicóloga Deyse Sobral, da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, explica que os sintomas do autismo leve em adultos geralmente ficam mais evidentes nas áreas da interação e comunicação.

Como o diagnóstico é feito?

A falta de exames específicos de imagem ou laboratoriais que detectam o transtorno do espectro autista dificulta o diagnóstico. Na maioria das vezes, o ponto de partida é uma avaliação multidisciplinar, com psiquiatra, neurologista e psicólogo, baseada na descrição dos sintomas e na observação do comportamento do indivíduo.

“É um espectro muito amplo, com nuances, por isso é tão difícil de diagnosticar. O paciente precisa passar por uma bateria de testes psicológicos que avaliam as habilidades verbais e sociais, por exemplo. Os resultados, tratados em conjunto, dão um direcionamento para o diagnóstico”, explica Penélope Ximenes, psicóloga especializada em análise comportamental e professora universitária em Brasília.

Prejuízos na qualidade de vida

O diagnóstico tardio, entretanto, pode afetar a qualidade de vida e o desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas. De acordo com a psicóloga Deyse Sobral, não é raro que o autismo venha acompanhado de outras condições, principalmente na fase adulta.

“Os prejuízos provocados pela dificuldade de socialização e a autopercepção negativa podem desencadear transtornos de ansiedade e depressão, e pensamentos de suicídio, que podem ser agravados pela dificuldade no acesso ao tratamento adequado e apoio familiar”, afirma Deyse.

Sintomas

Sinais comuns de autismo em adultos incluem dificuldades na interação, na socialização e na sensibilidade. Entenda como cada um deles pode se manifestar:

  • Dificuldades na interação: dificuldade para compreender regras sociais subliminares, problemas para entender metáforas, ironias e piadas, dificuldade para ter empatia com o outro;
  • Dificuldades na socialização: conectar-se com outras pessoas pode ser muito complicado. Não consegue desenvolver relacionamentos com colegas, ausência de comportamentos que indiquem compartilhamento de experiências e de comunicação;
  • Funcionamento: trabalham melhor sozinhos, costumam ser rígidos e são focados;
  • Sensibilidade: são intolerantes a barulhos e a ambientes agitados; têm restrições alimentares a determinadas texturas, cheiros e sabores; sensibilidade à luz e ao toque, por exemplo.

Tratamento

Ainda não existe cura para o autismo ou remédios destinados à melhora do transtorno. O que existem são tratamentos que ajudam o paciente a controlar condições relacionadas, como a ansiedade, depressão e humor. Os maiores resultados são por meio da terapia comportamental.

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