Médicos do Hospital Jaber Al-Ahmad, no Kuwait, relataram um caso raro de dispositivo intrauterino (DIU) que se perdeu dentro de uma mulher. A paciente de 30 anos procurou atendimento ginecológico dois meses após colocar o DIU, achando que pudesse estar grávida.
Os médicos ficaram surpresos de não encontrar os fios do DIU na vagina da paciente ou localizá-lo no exame de ultrassonografia transvaginal – usado para monitorar se o método contraceptivo está posicionado adequadamente para evitar uma gravidez. Uma tomografia computadorizada e uma colonoscopia, feitas em seguida, revelaram que o dispositivo havia se movido e estava localizado a 11 centímetros de profundidade no reto da mulher.
A história foi divulgada no International Journal of Surgery Case Reports. Os médicos afirmam que a paciente corria risco de sofrer uma peritonite, infecção do revestimento interno do estômago, pois o dispositivo estava perfurando a lateral do reto. Estudos mostram que uma em cada mil mulheres têm o útero perfurado após colocar o DIU.
Perfuração
Eles suspeitam que o profissional que colocou o DIU pode ter perfurado a cavidade uterina da paciente. Mas uma ultrassonografia feita logo após a inserção mostrava que ele estava bem posicionado antes de a mulher ser liberada para casa.
A outra hipótese é de que o dispositivo tenha migrado de lugar oito semanas após ser inserido devido a um “desequilíbrio” entre o tamanho do DIU e a cavidade uterina.
A paciente, que não teve o nome identificado, havia colocado o DIU um ano após o parto do primeiro filho. Ela contou aos médicos do Hospital Jaber Al-Ahmad que o procedimento para a inserção foi difícil, ficando tonta e suada.
Os cinco dias seguintes foram marcados por um desconforto pélvico que logo passou. Mas, dois meses, depois ela procurou atendimento achando que pudesse estar grávida.
Para que o DIU cumpra a sua função contraceptiva, é fundamental que ele esteja corretamente posicionado. Caso contrário, a mulher corre o risco de engravidar. O artigo não confirma se a kuwaitiana estava grávida ou não.
O DIU foi recuperado com a ajuda de um fórceps e uma pequena câmera para guiá-los. A paciente recebeu alta dois dias depois do procedimento. Uma consulta de acompanhamento no mês seguinte confirmou que ela se recuperou bem, sem complicações.
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