Câncer do colo do útero: estudo traz avanços pela 1ª vez em 20 anos

Pesquisa feita em colaboração com oncologistas brasileiras mostra os benefícios de combinar a imunoterapia com o tratamento padrão do câncer

atualizado 24/10/2023 14:02

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Desenho de útero um com focos do câncer no colo do útero - metropoles Science Photo Library/GettyImages

Uma nova esperança para pacientes com câncer de colo de útero de alto risco: pela primeira vez em 20 anos, um estudo mostra avanços no tratamento da doença. Em colaboração com oncologistas brasileiras, a pesquisadora Domenica Lorusso, professora de Obstetrícia e Ginecologia na Universidade Católica de Roma, na Itália, conseguiu demonstrar que a adição de imunoterapia ao tratamento padrão aumenta as chances de sobrevida livre de progressão das pacientes, representando o melhor controle da doença.

O uso do medicamento pembrolizumab (imunoterapia) poderia reduzir as chances de recidiva da doença e todas as implicações que ela traz na qualidade de vida e mortalidade das mulheres.

Os resultados animadores do estudo de fase 3 Keynote A-18 foram apresentados no congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica 2023 (ESMO), na Espanha, na sexta-feira (20/10).

Para a oncologista da Oncoclínicas Angélica Nogueira, uma das colaboradoras do estudo, este pode ser considerado um dia histórico no combate ao câncer do colo do útero. “Após mais de 20 anos sem avanços terapêuticos no cenário da doença localmente avançada, a análise revelou que o acréscimo da imunoterapia impacta significativamente a sobrevida”, afirma.

Imunoterapia no tratamento do câncer do colo do útero

O estudo contou com a participação de pacientes com tumor de alto risco no colo do útero. Elas foram separadas em grupos: um recebeu imunoterapia com o medicamento pembrolizumab associado à quimioterapia e radioterapia, e o outro, quimioterapia e radioterapia isoladas.

Para as mulheres que seguiram com o tratamento combinado com imunoterapia, os pesquisadores observaram um ganho estatisticamente significativo da sobrevida livre de progressão da doença.

O câncer de colo de útero é o terceiro tipo que mais afeta as mulheres no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). O tumor localmente avançado e de alto risco costuma ser mais difícil de controlar — mais da metade das pacientes apresentam recorrência da doença em dois anos, em média.

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Segundo o Instituto Nacional de Câncer, para cada ano do triénio 2020/2022 serão registrados cerca de 625 mil casos da doença no Brasil

Science Photo Library - STEVE GSCHMEISSNER, Getty Images
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Extremamente comum no país, o câncer de pele é caracterizado pelo aparecimento de tumores na pele em formato de manchas ou pintas com formatos irregulares. Relacionada à exposição prolongada ao sol, exposição a câmeras de bronzeamento artificial ou por questões hereditárias, a doença pode ser tratada através de cirurgias, radioterapia e quimioterapia

miriam-doerr/istock
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O câncer de mama é causado pela multiplicação descontrolada de células na mama. Apesar de ser comum em mulheres, a enfermidade também pode acometer homens. Entre os sintomas da doença estão: dor na região da mama, nódulo endurecido, vermelhidão, inchaço e secreção sanguinolenta. O tratamento envolve cirurgia para retirada da mama, quimio, radioterapia e hormonioterapia

SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images
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Mais frequente em homens, o câncer de próstata apresenta os seguintes sintomas: sangue na urina, dificuldade em urinar, necessidade de urinar várias vezes ao dia e a demora em começar e terminar de urinar. Cirurgia e radioterapia estão entre os tratamentos da doença

Getty Images
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Embora possa estar relacionado com hipertireoidismo, tabagismo, alterações dos hormônios sexuais e diabetes, por exemplo, o câncer de tireoide ainda não é bem compreendido por especialistas. Apesar disso, tratamentos contra a doença envolvem terapia hormonal, radioterapia, iodo radioativo e quimioterapia, dependendo do caso

getty images
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O câncer de pulmão é um dos tipos com maior incidência no Brasil. Relacionado ao uso ou exposição prolongada ao tabagismo, tem como principais sintomas a falta de ar, dores no peito, pneumonia recorrente, bronquite, escarro com sangue e tosse frequente. A doença é tratada com quimioterapia, radioterapia ou/e cirurgia

BSIP / getty images
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No Brasil, o carcinoma epidermoide escamoso tem a maior incidência entre os canceres de estômago. Os tratamentos envolvem cirurgia ou radioterapia e quimioterapia

iStock
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O câncer de estômago é diagnosticado após a identificação de tumores malignos espalhados pelo órgão e que podem aparecer como úlceras. Relacionado à infecções causadas por Helicobacter Pylori, pela presença de úlceras e de gastrite crônica não cuidada, por exemplo, a doença pode causar vômito com sangue ou sangue nas fezes, dor na barriga frequente e azia constante

Smith Collection/Gado/ Getty Images
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O câncer de colo de útero tem como sintomas sangramento vaginal intermitente, dor abdominal relacionada a queixas intestinais ou urinárias e secreção vaginal anormal. O tratamento envolve quimio, radioterapia e cirurgia

Science Photo Library/GettyImages
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O câncer de boca é uma doença que envolve a presença de tumores malignos nos lábios, gengiva, céu da boca, língua, bochechas e ossos. É mais comum em homens com mais de 40 anos e tem como sintomas feridas na cavidade oral, manchas na língua e nódulos no pescoço, por exemplo. O tratamento envolve cirurgia, quimio e radioterapia

Pexels

A oncologista Gabrielle Scattolin, da Oncoclínicas Brasília, acredita que o resultado da pesquisa pode levar a uma mudança nos protocolos atuais de tratamento.

“Este é um avanço importante. Por estar correlacionada a poucos efeitos colaterais e aumentar as chances de controle da doença, a imunoterapia tem um impacto positivo na qualidade de vida das pacientes”, explica a médica.

A terapia estimula o sistema imune do próprio paciente a combater o tumor e já faz parte do tratamento de câncer de colo de útero, mas atualmente é indicada somente nos casos metastáticos e em situações específicas, dependendo das características da doença.

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