Poluição do ar aumenta risco de câncer de mama, aponta pesquisa

É a primeira vez que um estudo relaciona o risco de desenvolver câncer de mama à exposição prolongada à poluição do ar em casa e no trabalho

atualizado 25/10/2023 20:25

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Ilustração com uma linha contínua mostra uma mulher fazendo o autoexame da mama em fundo rosa - Metrópoles Getty Images

As mulheres que vivem em ambientes com altos níveis de poluição do ar correm maior risco de desenvolver câncer de mama, segundo um estudo pioneiro apresentado segunda-feira (23/10) no Congresso Europeu de Medicina Oncológica (Esmo). O evento ocorreu em Madri, na Espanha, e é considerado um dos mais importantes do mundo.

Há alguns anos, a comunidade científica vem mostrando que há associação entre a exposição prolongada à poluição do ar com vários tipos de câncer, como o de pulmão, mas esta é a primeira vez que ela é relacionada ao tumor de mama.

Câncer de mama e poluição do ar

Os cientistas do Departamento de Prevenção do Câncer e Meio Ambiente do Centre Léon Bérard, na França, compararam dados, coletados entre 1990 e 2011, de 2.984 mulheres sem histórico de câncer de mama com os de 2.419 pacientes diagnosticadas com a doença.

A médica Beatrice Fevers, coordenadora da pesquisa, observou que o risco de desenvolver câncer de mama foi 28% maior entre as residentes de locais com níveis de concentração de partículas finas de poluição maiores do que 10 μg/m3 (micropartículas/metro cúbico).

Essa quantidade não é absurda — é basicamente a diferença que se observa entre áreas rurais e centros urbanos. A União Europeia, por exemplo, tem 10 μg/m3 de partículas finas de poluição como meta até 2030 para as cidades que fazem parte do bloco. No estado de São Paulo, atualmente, concentrações de até 25 μg/m3 se enquadram em uma situação de qualidade do ar considerada boa.

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Câncer de mama é uma doença caracterizada pela multiplicação desordenada de células da mama causando tumor. Apesar de acometer, principalmente, mulheres, a enfermidade também pode ser diagnosticada em homens

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Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados cedo, apresentam bom prognóstico

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Não há uma causa específica para a doença. Contudo, fatores ambientais, genéticos, hormonais e comportamentais podem aumentar o risco de desenvolvimento da enfermidade. Além disso, o risco aumenta com a idade, sendo comum em pessoas com mais de 50 anos

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Apesar de haver chances reais de cura se diagnosticado precocemente, o câncer de mama é desafiador. Muitas vezes, leva a força, os cabelos, os seios, a autoestima e, em alguns casos, a vida. Segundo o Inca, a enfermidade é responsável pelo maior número de óbitos por câncer na população feminina brasileira

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Os principais sinais da doença são o aparecimento de caroços ou nódulos endurecidos e geralmente indolores. Além desses, alteração na característica da pele ou do bico dos seios, saída espontânea de líquido de um dos mamilos, nódulos no pescoço ou na região das axilas e pele da mama vermelha ou parecida com casca de laranja são outros sintomas

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O famoso autoexame é extremamente importante na identificação precoce da doença. No entanto, para fazê-lo corretamente é importante realizar a avaliação em três momentos diferentes: em frente ao espelho, em pé e deitada

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Faça o autoexame. Em frente ao espelho, tire toda a roupa e observe os seios com os braços caídos. Em seguida, levante os braços e verifique as mamas. Por fim, coloque as mãos apoiadas na bacia, fazendo pressão para observar se existe alguma alteração na superfície dos seios

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A palpação de pé deve ser feita durante o banho com o corpo molhado e as mãos ensaboadas. Para isso, levante o braço esquerdo, colocando a mão atrás da cabeça. Em seguida, apalpe cuidadosamente a mama esquerda com a mão direita. Repita os passos no seio direito

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A palpação deve ser feita com os dedos da mão juntos e esticados, em movimentos circulares em toda a mama e de cima para baixo. Depois da palpação, deve-se também pressionar os mamilos suavemente para observar se existe a saída de qualquer líquido

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Por fim, deitada, coloque a mão esquerda na nuca. Em seguida, com a mão direita, apalpe o seio esquerdo verificando toda a região. Esses passos devem ser repetidos no seio direito para terminar a avaliação das duas mamas

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Mulheres após os 20 anos que tenham casos de câncer na família ou com mais de 40 anos sem casos de câncer na família devem realizar o autoexame da mama para prevenir e diagnosticar precocemente a doença

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O autoexame também pode ser feito por homens, que apesar da atipicidade, podem sofrer com esse tipo de câncer, apresentando sintomas semelhantes

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De acordo com especialistas, diante da suspeita da doença, é importante procurar um médico para dar início a exames oficiais, como a mamografia e análises laboratoriais, capazes de apontar a presença da enfermidade

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É importante saber que a presença de pequenos nódulos na mama não indica, necessariamente, que um câncer está se desenvolvendo. No entanto, se esse nódulo for aumentando ao longo do tempo ou se causar outros sintomas, pode indicar malignidade e, por isso, deve ser investigado por um médico

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O tratamento do câncer de mama dependerá da extensão da doença e das características do tumor. Contudo, pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica

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Os resultados, porém, são melhores quando a doença é diagnosticada no início. No caso de ter se espalhado para outros órgãos (metástases), o tratamento buscará prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida do paciente

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A oncologista Marcelle Lagdem, especialista em câncer de mama na Oncologia D’Or, estava na plateia durante a apresentação do trabalho. Segundo ela, os resultados tiveram uma grande repercussão entre os médicos.

“Os dados deste estudo trazem um novo olhar para se atentar aos fatores de risco da doença. Não significa que seja um fator determinante, mas pode contribuir significativamente”, afirma.

O câncer de mama é o segundo tipo mais comum entre as mulheres, atrás apenas do de pele, e o primeiro em letalidade, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). O desenvolvimento da doença está relacionado ao estilo de vida, fatores genéticos e ambientais modificáveis.

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