O Ozempic é um medicamento criado para controlar a diabetes tipo 2. O remédio ganhou popularidade por seus efeitos de emagrecimento e seu uso “off label” virou uma febre mundial.
A família de Trisha Webster, de 56 anos, afirma que a medicação levou-a à morte. Durante o tempo que usou o remédio, ela passou meses sofrendo com diarreias e vômitos – efeitos colaterais previstos na bula – e, por fim, desenvolveu uma doença gastrointestinal.
Segundo uma reportagem do programa televisivo 60 Minutes, a mulher começou a usar o remédio com o intuito de estar mais magra para o casamento da filha. Ela tomou o Ozempic por três meses e, quando a medicação tornou-se mais difícil de ser encontrada, passou para o Saxenda, que tem ação semelhante.
Efeitos colaterais do uso
Trisha perdeu 16 kg e, apesar dos efeitos colaterais terem se intensificado, continuou com a medicação. Em fevereiro deste ano, ela desmaiou e sua boca começou a espumar. O marido tentou realizar manobras de emergência, mas ela acabou morrendo. A autópsia revelou que ela tinha uma doença gastrointestinal aguda que provocou a falência de seu intestino.
A falência intestinal é uma condição muito grave, caracterizada pela incapacidade do intestino de absorver adequadamente nutrientes e líquidos, comprometendo a saúde.
Para a família, o Ozempic causou a morte da mulher. Ao 60 Minutes, a Novo Nordisk, fabricante do medicamento, informou que está monitorando o caso.
O Food and Drug Administration (FDA), agência de vigilância sanitária dos Estados Unidos, monitora cerca de 50 mortes que ocorreram nos EUA entre usuários de Ozempic, mas não foi possível confirmar a correlação em nenhuma delas.
O posicionamento da Novo Nordisk
A fabricante do medicamento emitiu ao Metrópoles uma nota sobre o caso, afirmando que apesar do caso estar sendo monitorado, o medicamento continua sendo favorável e comercializado normalmente.
Eles reconhecem que “náuseas, diarreia e vômitos, são efeitos colaterais bem conhecidos”, mas que “o íleo adinâmico (uma condição que ocorre quando há uma diminuição não mecânica ou interrupção do fluxo do conteúdo intestinal) foi relatado como uma reação adversa ao medicamento na seção pós-comercialização”.
A farmacêutica afirma ainda que, por cuidado com os pacientes, realizaram robustos testes clínicos sobre o uso do Ozempic e que o medicamento é usado por 9,5 milhões de pacientes ao ano com segurança. “Os eventos incluídos na literatura estão sendo monitorados pela Novo Nordisk e serão relatados às autoridades de saúde de acordo com a legislação local. A Novo Nordisk avalia que o perfil benefício-risco dos seus produtos GLP-1RA comercializados continua favorável”
O que é o Ozempic?
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