Vacinação contra Covid em bebês não chega a 10% em SP; entenda riscos

Menos de 10% dos bebês entre 6 meses e 2 anos de idade tomaram a Pfizer Baby contra Covid em SP; vacinação protege da forma grave da doença

atualizado 17/07/2023 23:39

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criança pequena recebe vacina no braço - metrópoles Valter Campanato/ Agência Brasil

São Paulo — Cinco meses depois da Prefeitura de São Paulo iniciar a vacinação contra a Covid para todas as crianças entre 6 meses e 2 anos, nem 10% dos bebês com esta idade estão com o esquema vacinal completo.

Segundo o último boletim da Secretaria Municipal da Saúde, apenas 8,2% dos paulistanos desta faixa etária receberam as três doses da Pfizer Baby.

O número é o menor entre todos os grupos etários. Crianças entre 3 e 4 anos, por exemplo, que também estão fora da meta, registram 45,1% de cobertura vacinal. A partir dos 5 anos de idade, todos os paulistanos estão com o esquema de imunização completo – sem contar as doses de reforço.

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De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos
Apesar de não ser necessária a prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais procurem um profissional da saúde antes de levar os filhos para tomar a vacina
Segundo a Anvisa a grande maioria dos eventos adversos pós-vacinação é decorrente da administração do produto errado à faixa etária, da dose inadequada e da preparação errônea do produto
A vacina infantil vem em uma embalagem de cor laranja, diferente da versão para maiores de 12 anos, que é roxa. A seringa utilizada é a de 1ml, e o volume aplicado deve ser de 0,2ml
A identificação correta das doses para crianças de 5 a 11 anos é uma obrigação das autoridades públicas, que devem garantir ainda um treinamento eficiente para toda a equipe responsável
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Pais devem ficar atentos para evitar erros na aplicação do imunizante nos pequenos, já que eles têm uma dinâmica própria

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De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos

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Apesar de não ser necessária a prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais procurem um profissional da saúde antes de levar os filhos para tomar a vacina

Agência Brasil
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Segundo a Anvisa a grande maioria dos eventos adversos pós-vacinação é decorrente da administração do produto errado à faixa etária, da dose inadequada e da preparação errônea do produto

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A vacina infantil vem em uma embalagem de cor laranja, diferente da versão para maiores de 12 anos, que é roxa. A seringa utilizada é a de 1ml, e o volume aplicado deve ser de 0,2ml

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A identificação correta das doses para crianças de 5 a 11 anos é uma obrigação das autoridades públicas, que devem garantir ainda um treinamento eficiente para toda a equipe responsável

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De acordo com a Pfizer, a quantidade aplicada nas crianças foi cuidadosamente selecionada com base em dados de segurança e imunogenicidade

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Os estudos clínicos da farmacêutica indicaram menor possibilidade de reações adversas no uso de doses menores. As respostas imunológicas também se mostraram mais eficientes porque as crianças, normalmente, têm resposta imune mais robusta

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Segundo dados da Pfizer, cerca de 7% das crianças que receberam uma dose da vacina apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% os eventos tinham relação com o imunizante. Nenhum deles foi grave

Rafaela Felicciano/Metrópoles

 

O fracasso da vacinação entre bebês preocupa especialistas, que fazem alertas sobre o perigo do avanço da doença entre os pequenos.

“São as únicas [pessoas] ainda que não têm nenhum tipo de imunidade ao vírus”, diz Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria.

“Não é à toa que 50% das hospitalizações e óbitos em crianças e adolescentes por Covid-19 estão entre os menores de um ano de idade”, afirma o médico.

Kfouri explica que as crianças, assim como os adultos, também podem ser atingidas pela forma mais grave da doença, que leva a internações e até mesmo à morte.

“Covid ainda mata mais do que gripe na criança pequena. Mais que febre amarela, sarampo, rubéola, caxumba. E, ainda assim, a gente vacina contra todas essas doenças. Não há porquê negligenciar a Covid-19 na pediatria”, diz o especialista.

Covid: menos de 20% dos adultos de São Paulo recebeu vacina bivalente

Outro ponto de atenção, afirma a pediatra Ana Escobar, é a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIMP). Apesar de rara, a síndrome pode aparecer em crianças infectadas com coronavírus e é evitada com a vacinação contra a Covid.

“É muito importante a gente fazer a prevenção dessas formas graves. Não é porque boa parte das crianças, felizmente, vai ter um quadro benigno, que uma criança não pode evoluir para uma forma grave”, afirma Escobar.

Por que os pais não vacinam os filhos?

Kfouri e Escobar acreditam que a baixa cobertura vacinal é resultado de fatores como a diminuição no número de casos de Covid no país e uma percepção de que o risco de formas graves é pequeno entre crianças.

A proliferação de conteúdos falsos sobre a imunização dos pequenos é outro fator apontado pelos especialistas como determinante para a baixa adesão.

“Foi tanta mentira, tanta fake news que apareceu em relação, especificamente, à vacina da Covid, que os pais ficaram amedrontados de dar [o imunizante]”, afirma Escobar.

A médica Melissa Palmieri, que atua na vigilância epidemiológica da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), da Secretaria Municipal da Saúde, diz que a Prefeitura tem apostado em estratégias como a busca ativa de famílias e a vacinação aos finais de semana para ampliar a adesão ao imunizante.

Ela diz que os pais caíram em uma falsa ideia de que a Covid não era preocupante para crianças. “Acreditam que o vírus é inocente nas crianças e esse é o grande risco”, afirma.

A infecção pelo coronavírus, segundo ela, pode ter também consequências a longo prazo, como a chamada “Covid longa” e o surgimento de outras doenças. “Já tem alguns estudos correlacionando risco de ocorrência de diabetes tipo 1 na infância [com a infecção por coronavírus]”, afirma a médica.

Como funciona a vacina

Os bebês entre 6 meses e 2 anos devem receber três doses da vacina Pfizer Baby. Ela foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e é considerada segura. O imunizante é feito a partir da tecnologia do RNA mensageiro e não utiliza o vírus inativado, como ocorre com outras vacinas.

O intervalo entre a primeira e a segunda dose para os bebês é de 28 dias. A terceira dose deve ser administrada 56 dias depois da segunda.

Para imunizar o seu filho basta levar a criança até o posto de saúde mais próximo. Aos finais de semana, as UBS integradas e AMAs também oferecem o imunizante. A lista com os endereços de todas as unidades de saúde está disponível no site Busca Saúde, da Prefeitura de São Paulo.

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