São Paulo – Wesley Oliveira, irmão da ex-jogadora de vôlei Walewska Oliveira, afirma que, para a família, a atleta não apresentava sinais de que poderia estar com depressão. Na última quinta-feira (21/9), ela caiu do 17º andar do prédio em que morava na Bela Vista, região central de São Paulo.
Em entrevista ao UOL, Wesley detalha a última vez que viu a irmã com vida, em sua festa de aniversário, há cerca de uma semana.
“Não imaginava que seria a nossa despedida. Ela estava linda, maravilhosa, feliz. Não tinha nada que pudesse levantar alguma hipótese de depressão. Eu nunca vi a minha irmã estressada. Ela estava sempre feliz”, afirmou Wesley.
O irmão de Walewska disse guardar com carinho as fotos da festa de aniversário em que a irmã aparece sorrindo.
“Tenho fotos lindas, dela sorrindo no dia do meu aniversário. Uma felicidade, um dia maravilhoso, tudo perfeito, não tinha nada de errado. Ela escreveu uma carta para mim, que fica agora como uma linda lembrança”, afirmou.
Na carta entregue ao irmão, Walewska fala sobre seu amor e admiração por ele.
“Que bom poder estar ‘aqui’ presente celebrando a vida com você! Amo você e a família que construiu. Você se tornou um ser humano do bem. É um orgulho pra mim falar de você. Que muitas festas venham para celebrarmos juntos. Beijo!”, diz Walewska.
“Minha irmã era uma atleta perfeita, completa, líder, amada por todas as jogadoras. Uma pessoa unânime, que puxou para o meu pai. Escutei de muitas atletas, hoje durante o velório, que ela tinha sido um exemplo”, completou Wesley.
Campeã olímpica
Mineira de Belo Horizonte, Walewska nasceu em 1º de outubro de 1979 e começou bem cedo a carreira profissional no vôlei. Em 1995, já era titular como meio-de-rede no Minas, onde ficou até 1998.
A atleta era conhecida pelas companheiras como uma amiga de sorriso fácil. “A Wal era puro sorriso, alegria, respeitava as pessoas. Só trazer esse testemunho de quem era a Walewska fora das quadras. Dentro, todo mundo percebia a postura de uma atleta exemplar e respeitada por todos”, afirmou Fabi, ex-companheira de Walewska na Seleção.
Antes dos 20 anos, já havia sido convocada para a Seleção Brasileira sob o comando de Bernardinho. Foi uma espécie de ligação entre uma geração mais antiga, com Márcia Fu e Ana Paula, e outra mais nova, com Tainara, por exemplo.
Com o Brasil, conquistou o ouro nos Jogos de Pequim, em 2008, e bronze nos Jogos de Sydney, em 2000. Ainda ajudou a Seleção a conquistar três títulos no Grand Prix (2004, 2006 e 2008), um na Copa dos Campeões (2013) e um nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, em 1999.
