São Paulo – Três das principais torcidas organizadas dos clubes de futebol de São Paulo anunciaram nessa quarta-feira (15/2) que seus membros estão proibidos de se envolverem em brigas.
Os perfis oficiais da Mancha Verde (Palmeiras), da Torcida Jovem (Santos) e da Independente (São Paulo) publicaram em perfis oficiais nas redes sociais que, a partir de agora, os membros envolvidos em casos de briga ou violência com grupos rivais serão punidos.
“Não vamos tolerar a participação de qualquer um de nossos associados em brigas ou atos de violência, sob pena de punição. As lideranças de bairros e de subsedes já receberam a orientação de repassar essa determinação para todos os seus integrantes. O recado está dado!”, publicou a Mancha Verde.
Já a Independente escreveu que “em reunião entre nossos líderes, diretoria e conselho, foi determinado que não serão tolerados atos de violência ou covardia entre os integrantes das torcidas, ACABARAM AS BRIGAS, sendo passível de punição e exclusão do quadros de associado”.
A Torcida Jovem informou que todos seus associados estão proibidos de praticar “qualquer ato de violência contra qualquer torcida organizada no estado”. A organizada enfatiza que quem não cumprir a ordem “será responsabilizado dentro e fora do estatuto”.
Suposta ordem do PCC
Áudios que circulam pelas redes sociais desde a quarta-feira (15/2) relatam que a ordem para o fim das brigas teria partido da facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
Em um deles, um homem não identificado afirma que foram reunidos todos os presidentes e “líderes de quebrada”.
“O salve foi o seguinte: ‘fulano, você é da zona leste? Se acontecer qualquer briga na zona leste nós vamos pegar os líderes da zona leste de cada torcida e subir eles (sic). Se não acharmos vocês, vamos achar a família de vocês’. É esse o papo. Não tem mais briga”, afirma.
Na madrugada da última sexta-feira (10/2), uma briga entre Mancha Verde e Gaviões da Fiel terminou com cenas de violência e torcedores feridos no Viaduto Grande São Paulo, próximo ao acesso à Avenida do Estado, na zona leste da capital paulista.
Na noite anterior, o Corinthians havia jogado em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e o Palmeiras, no Allianz Park, na zona oeste da capital. A briga teria ocorrido após uma emboscada da Mancha contra um ônibus da Gaviões que voltava do ABC.
De acordo com o áudio, um dos torcedores feridos seria membro do PCC, o que teria motivado a ordem para o fim das brigas.
O Metrópoles procurou, por meio de mensagens e telefonemas, as torcidas organizadas sobre a suposta ordem da fação. O espaço segue aberto para manifestações. A Secretaria da Segurança Pública também foi procurada.
O Ministério Público de São Paulo informou que, por ora, não há confirmação oficial do envolvimento do PCC na briga citada e na decisão de proibição dos confrontos pelas organizadas.
“O caso está sendo apurado no Inquérito Policial que investiga o confronto ocorrido entre torcedores do Corinthians e Palmeiras”, informou o órgão.