São Paulo – O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) planeja criar escolas rurais, que funcionariam de modo semelhante a internatos, para atender e capacitar moradores em situação de rua.
Uma comissão técnica foi designada para contratar uma consultoria, segundo publicação do Diário Oficial dessa quinta-feira (3/8), com o objetivo analisar se o programa é ou não viável. Caso aprovado, ele ficará sob o guarda-chuva da Secretaria de Educação de São Paulo.
Internamente, o governo vê no programa a oportunidade de promover alguma forma de capacitação profissional à população em situação de rua, dando a opção de moradia nas escolas. Os espaços contariam com aulas de alfabetização e qualificação em áreas distintas.
Procurada, a Secretaria de Educação disse em nota que “trabalha para desenvolver programas educacionais que possam auxiliar a população de rua”.
“Neste sentido, a pasta iniciou processo para contratar um consultor que vai estudar alternativas de acesso à educação para esta população”, afirma o texto.
Escolha caberá aos moradores de rua, diz deputado
Vice-presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o deputado estadual Lucas Bove (PL) disse ao Metrópoles que, caso o projeto saia do papel, caberá ao morador de rua a escolha de ir, ou não, para o internato.
“Trata-se de um programa que, se colocado em prática, vai ser algo totalmente optativo, totalmente aberto, nada obrigatório e compulsório. O morador de rua que quiser se cadastrar e se matricular tem essa liberdade”, afirma.
A gestão Tarcísio ainda estuda como serão feitas as instalações, mas trabalha com a possibilidade de unidades de ensino no interior e na capital paulista.
Segundo dados do Cadastro Único (CadÚnico), sistema de inscrição de beneficiários de programas de transferência de renda do governo federal, até abril de 2023 foram registradas 85.136 famílias vivendo em situação de rua em todo o estado – 49.379 delas, o equivalente a 58%, só na capital paulista.
