São Paulo – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) convocou os deputados da base governista na Assembleia Legislativa (Alesp) para apresentar, na próxima semana, o projeto de privatização da Sabesp, que deve ser enviado à Casa ainda este mês.
O encontro foi marcado para terça-feira (17/10), às 10h, no Palácio dos Bandeirantes. Até o momento, nenhum outro projeto do Executivo passou pelos deputados antes de ser protocolado na Alesp, o que provocou reclamações e desgaste na relação entre o governador e os parlamentares aliados.
A ideia é que os deputados possam tirar dúvidas referentes ao processo de privatização, similar ao que Tarcísio fez ao promover rodadas com os prefeitos dos municípios que possuem convênio com a Sabesp.
Deputados ouvidos pelo Metrópoles disseram que a principal questão que vem sendo levantada diz respeito ao receio de que a tarifa aumente com a privatização, algo que o governo tem negado que irá ocorrer.
O compromisso do governador com os deputados, segundo parlamentares, decorre da dificuldade que o governo vem encontrando para aprovar projetos de seu interesse na Alesp. Mais de uma vez, Tarcísio sofreu derrotas na Assembleia por falta de quórum e teve de adiar a votação de projetos de seu interesse.
De olho na aprovação da privatização da Sabesp, o governador tem ampliado a liberação de emendas parlamentares e sinalizado com cargos de segundo e terceiro escalão a deputados do “Centrão paulista”.
Um raio-x da Sabesp, a “joia da coroa” que Tarcísio quer privatizar
Pressa para privatização
O governo tem pressa para conseguir aprovar a privatização da Sabesp na Assembleia ainda em 2023.
O receio de Tarcísio é deixar que a proposta avance para discussão no próximo ano, quando ocorrerão eleições municipais. Na visão do governo, a campanha pode contaminar o debate, travando a tramitação na Alesp e provocando perdas de apoio.
O governo planeja fazer uma oferta de ações da Sabesp na Bolsa de Valores no modelo follow-on, com um acionista de referência, já que a companhia é de capital aberto.
Com essa medida, o Estado deixaria de ser o acionista majoritário da empresa — atualmente, o governo paulista detém 50,3% das ações.
O objetivo da privatização da Sabesp, segundo Tarcísio, é investir R$ 66 bilhões até 2029, antecipando em quatro anos a meta de universalização do saneamento básico no estado.
