São Paulo – O Hospital Universitário da USP, na zona oeste de São Paulo, suspendeu por tempo indeterminado o atendimento de pacientes no pronto-socorro adulto. Com o local superlotado, novas cirurgias eletivas também estão canceladas até o fim do mês.
As mudanças foram anunciadas na última sexta-feira (21/7) e são resultado de uma superlotação na unidade, segundo a administração do hospital.
No comunicado em que divulga as medidas, o HU afirma que a sala de observação do pronto-socorro adulto tem recebido mais que o dobro do número de pacientes que foi planejada para atender.
“Na semana passada esta situação se agravou quando havia nove pacientes em poltronas esperando vagar uma maca”, explica o documento. Segundo a administração da unidade, os doentes têm esperado por dias até conseguirem uma maca por causa da superlotação.
A instituição diz que a situação de superlotação se tornou mais grave desde que o hospital “foi obrigado a ser referência de urgência e emergência para toda a região oeste”. O pronto-socorro faz parte de um hospital que, nos últimos dez anos, viu sua capacidade de atendimento encolher. Desde 2013, o HU perdeu quase 500 funcionários, 25% a menos em uma década. Com isso, o número de leitos reduziu 38% e as internações caíram 43%.
Além de suspender o atendimento no pronto-socorro adulto e interromper as cirurgias eletivas, o HU também solicitou que o SAMU, o Corpo de Bombeiros e os sistemas das redes municipal e estadual não encaminhem novos pacientes para a unidade. Um comitê de crise tem acompanhado a situação de superlotação diariamente. Atualmente, os pacientes que procuram a unidade passam por triagem médica e de enfermagem. Os que necessitam de atendimento hospitalar são mantidos na unidade. Os demais, que precisam de cuidados menos complexos, são encaminhados para outras unidades de saúde, como UBSs.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o superintendente do HU disse que a medida precisou ser adotada porque a lotação do PS na semana passada superou em 4 vezes a capacidade operacional. De acordo com José Pinhata Otoch, apenas casos de pacientes que chegam espontaneamente em razão de uma emergência estão sendo atendidos. Ele admitiu que o problema vai continuar existindo até que haja novas alternativas ao Hospital Universitário da USP. Hoje, a unidade é o único hospital de cuidados intermediários que atende pelo SUS na zona oeste da cidade.
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O hospital diz que solicitou uma reunião com a Prefeitura e o Estado para falar sobre o problema. Por telefone, a assessoria da Secretaria Municipal da Saúde diz que aguarda o pedido para o encontro.
Questionada pelo Metrópoles, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) ressalta que vai propor uma reunião entre as partes envolvidas para buscar soluções compartilhadas.
Em nota, o governo afirma que está à disposição para “restabelecer a normalidade dos serviços prestados no hospital”.