São Paulo – Entre os dias 2 e 14 de agosto, um grupo de pesquisadores realizará escavações arqueológicas no local onde operava o antigo Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), órgão subordinado ao Exército conhecido por torturar e assassinar presos da ditadura militar.
O conjunto de cinco prédios, que tem entradas pelas ruas Tutóia e Tomás Carvalhal, no Paraíso, zona sul da capital paulista, abrigou a sede do centro de tortura da ditadura durante 14 anos. Desde 2014, os edifícios são tombados.
O trabalho visa encontrar vestígios, objetos e registros sobre o período do regime militar. As escavações serão feitas por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Resultado de um trabalho coletivo desenvolvido no âmbito do Grupo de Trabalho Memorial DOI-Codi em 2018, o objetivo dessas escavações é utilizar as pesquisas arqueológica e histórica para compreender os vestígios materiais e a memória associada a esse importante local de violações de direitos”, disse o grupo de pesquisa em nota enviada à Agência Brasil.
O projeto também pretende conduzir visitas guiadas às escavações, promover mesas de debates e realizar oficinas com estudantes e professores.
“A investigação rigorosa, o diálogo contínuo com a sociedade e a aliança entre ciência e direitos humanos é um dos caminhos para o conhecimento do nosso passado, visando o fortalecimento da democracia e da construção de políticas públicas efetivas para a consolidação da cidadania”, afirmou o texto.
