São Paulo – Os secretários de Estado de São Paulo têm obrigação de enviar ao governo uma declaração de patrimônio. Os dados de 2023 já estão publicados e mostram que equipe tem um bilionário.
Os 25 secretários do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) declararam ter, ao todo, exatos R$ 1.283.191.883,70, somando bens móveis, imóveis, participações em empresas, aplicações e depósitos.
Chama a atenção que quase toda essa fortuna pertença a um secretário só. O empresário Renato Feder, titular da pasta da Educação, tem sozinho R$ 1,1 bilhão. Essa fortuna foi declarada a título de participações societárias em empresas.
Como o Metrópoles mostrou em janeiro, Feder detém uma empresa offshore em Delaware, nos Estados Unidos, que por sua vez é dona de 28% da ações da Multilaser – empresa nacional de tecnologia que é, também, um dos principais fornecedores de material de informática para a secretaria da Educação.
Tirando Feder da conta, o patrimônio dos secretários paulistas soma R$ 134,2 milhões. Desse, total R$ 61 milhões pertencem ao secretário especial do governador, Guilherme Afif, nomeado para cuidar da transferência da sede do governo, no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, para o centro da capital.
Afif, ex-assessor especial de Paulo Guedes no governo Jair Bolsonaro, declarou ter R$ 14,7 milhões em imóveis, R$ 31,9 milhões em aplicações financeiras e R$ 12,1 milhões em participações em empresas. Na Junta Comercial, Afif aparece relacionado a holdings.
Nem todos os secretários, porém, podem ser chamados de “milionários”. Ao todo, 11 declararam ter menos de R$ 1 milhão em bens e sete deles declararam não possuir imóveis: Caio Mario Paes de Andrade, da Gestão e Governo Digital; Lais Vita, da Comunicação; Lucas Ferraz, dos Negócios Internacionais; Marília Correa, da Cultura; Natalia Resende, do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística; Rafael Benini, das Parcerias em Investimento, e Samuel Kinoshita, da Fazenda.
Caio Mario Paes de Andrade, que foi presidente da Petrobras no governo Bolsonaro, é quem declarou o menor patrimônio: R$ 1,9 mil, referente a participações em empresas.
A obrigação de fazer uma divulgação pública de patrimônio dos secretários de Estado está na Constituição do Estado. A relação foi divulgada no Diário Oficial do Estado.
