Novo prédio da Pinacoteca faz homenagem a arquitetos importantes

De Ramos Azevedo a Paulo Mendes da Rocha, Pina Contemporânea, inaugurada ainda em obras, mostra um compêndio da arquitetura paulista

atualizado 04/03/2023 11:12

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imagem colorida Facha da Pina Contemporânea, novo prédio da Pinacoteca Divulgação

Durante as obras da Pina Contemporânea, novo prédio da Pinacoteca do Estado de São Paulo, uma surpresa: uma estrutura metálica com detalhes rococós surgiu durante a demolição de uma construção que estava nos fundos do terreno. Era um pórtico desenhado pelo escritório de Ramos Azevedo, que fazia parte da Escola Modelo da Luz, inaugurada em 1895.

Esse resquício do que sobrou da construção do século XIX está preservado em um dos espaços expositivos da Pina Contemporânea, inaugurada ainda em obras na última quinta-feira (29/12). A estrutura metálica foi incorporada ao projeto, assinado pelo escritório Arquitetos Associados, para criar a Galeria Praça, de 200m2. Por fora, a construção contemporânea tira proveito da geometria triangular do pórtico de Azevedo no telhado e, por dentro, expõem os elementos vazados da estrutura.

No fundo do terreno, um pequeno prédio bege, também atribuído ao escritório de Ramos de Azevedo, foi totalmente restaurado e será usado para funções administrativas do novo endereço.

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Projeto da Pina Contemporânea é assinado pelo escritório Arquitetos Associados
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Futuro do pretérito

Quase todos os espaços da Pina Contemporânea têm história, a começar pelo que fica na entrada. Da rua, já se vê a fachada modernista com cobogós e pilotis do projeto do arquiteto Hélio Duarte para o Grupo Escolar Prudente de Moraes. O prédio, da década de 1950, vai abrigar a reserva técnica, biblioteca e centro de documentação.

“Todos os prédios que fazem parte da Pinacoteca têm essa peculiaridade de serem edifícios pré-existentes que tomam outro uso e se ressignificam, mas conseguem se manter com a memória”, explica Paula Zasnicoff Cardoso, sócia do escritório Arquitetos Associados, em entrevista ao Metrópoles.

Ela lembra que, assim como a Pina Contemporânea foi no passado uma escola, o edifício Luz já abrigou o Liceu de Artes e Ofícios; enquanto a Estação, o antigo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).

Crescendo por baixo

Para valorizar essa história do local e a mescla de estilos arquitetônicos distintos, os arquitetos resolveram ampliar as dependências da nova sede pelo subterrâneo. “Foi uma estratégia de respeito com essas camadas de tempo e de liberar esse espaço público do pátio”, diz Paula.

No subsolo, está a Grande Galeria, um espaço de 1.000m2 e pé direito de mais quatro metros. O local de dimensões generosas foi criado para receber obras de grandes escalas que a instituição tinha dificuldade de expor nos prédios Luz e Estação — com salas estreitas e/ou pé direito baixo.

Criando essa sala abaixo do nível da rua, o projeto deixou o pátio do antigo colégio livre, integrando-o com o parque da Luz, que liga o local à primeira e principal sede da Pinacoteca. O pátio também deve receber obras, como a do artista Tunga — prevista no projeto.

Ao mestre, com carinho

Além de respeitarem o trabalho de Ramos de Azevedo e Hélio Duarte, o projeto homenageia outro importante arquiteto brasileiro: Paulo Mendes da Rocha. Foi Mendes da Rocha quem fez a principal reforma no prédio da Luz, em 1998. Ele construiu uma grande claraboia no vão central do edifício e passarelas para as pessoas circularem entre as salas “sobrevoando” o pátio.

O projeto da Pina Contemporânea se inspira nas ideias de Mendes da Rocha. O pátio, de 1.339 m2, recebeu um pergolado com cobertura translúcida e uma passarela que o rodeia quase 360 graus. O elevador do local também se espelha e está alinhado ao do “prédio-mãe”.

“Nossa ideia foi dar continuidade ao eixo que o Paulo começou ali”, diz a xará de Mendes da Rocha. “Trouxemos a luz filtrada das árvores do Parque da Luz para cá. Tivemos uma estratégia semelhante de organizar o espaço comum.”

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Imagem da obra do novo prédio da Pinacoteca, Pina Contemporânea
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Grande e sustentável

Sendo construída no século XXI, os arquitetos também se preocuparam com a sustentabilidade da Pina Contemporânea. No teto do prédio principal, foram instalados painéis de energia solar, que vão gerar 11% da energia consumida. Há também cisternas para coletas de água da chuva.

“A preocupação ambiental é dever de um museu hoje em dia”, afirma Paula.  A própria reutilização dos edifícios existentes no local é vista pela arquiteta como uma ação sustentável, assim como sua localização — farta de transporte público.

“Ao utilizar a estrutura existente e criar um espaço de convívio, como a praça central que marca o projeto, nós garantimos que a sustentabilidade vai prevalecer no uso prolongado do espaço.”

Com a inauguração da Pina Contemporânea, a Pinacoteca de São Paulo se torna um dos maiores museus de arte da América Latina, com um total de 22.041 m2 e potencial para receber até 1 milhão de visitantes por ano.

A abertura para o público está prevista para o dia 25 de janeiro. Estão programadas para abrir o novo espaço uma individual da artista sul-coreana Haegue Yang e a mostra coletiva com obras de grandes dimensões na coleção da Pinacoteca, com trabalhos do acervo da instituição (veja as outras 12 mostras que que a pinacoteca vai receber em 2023).

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