Procon: empresa vai bancar “rombo” em festa após golpe de aluna da USP

Segundo Procon, empresa que geria dinheiro da formatura de medicina da USP se comprometeu a cobrir o "rombo" após golpe aplicado por aluna

atualizado 24/01/2023 0:09

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imagem colorida mostra aluna da USP acusada de desvio de dinheiro; ela é uma mulher branca, de cabelo liso. ela está sorrindo - Metrópoles Divulgação/USP

São Paulo – A empresa responsável por gerir o dinheiro da formatura da 106ª turma da Faculdade de Medicina da USP se comprometeu em cobrir o “rombo” causado pelo golpe aplicado pela presidente da comissão e garantir a realização da festa aos estudantes no ano que vem, segundo o Procon-SP.

Representantes da ÁS Formaturas se reuniram na segunda-feira (23/1) com o órgão de defesa do consumidor para prestar informações sobre o contrato celebrado com a comissão de formatura, após a descoberta do desvio de quase R$ 1 milhão da conta da comissão de formatura.

A estudante Alicia Dudy Muller, de 25 anos, presidente da comissão, confessou à polícia na quinta-feira (19/1) que retirou R$ 937 mil reais da conta da empresa ÁS Formaturas e usou parte do dinheiro em benefício próprio. Ela foi indiciada por apropriação indébita.

Segundo o Procon, a empresa se comprometeu a entrar em contato com cada um dos 110 alunos para oferecer uma festa de formatura, prevista para janeiro de 2024, “no mesmo padrão de qualidade, instalação, alimentos e atendimento de outras festas que já promoveu”.

Se os alunos aceitarem a proposta, eles deverão manter os pagamentos das parcelas restantes até completar o preço total da festa, enquanto caberá à empresa ÀS Formaturas assumir o valor de quase R$ 1 milhão que foi desviado para que os alunos não fiquem no prejuízo.

Ainda segundo o Procon, o contrato assinado pela empresa com a comissão de estudantes era um “documento informal” que “não garantia segurança jurídica para os formandos”.

Para o órgão de defesa do consumidor, o fato de o contrato ser “omisso em diversos pontos, além de mal gerenciado, colaborou para que a transferência de valores para a aluna que fez o desvio acontecesse”.

A empresa tem 15 dias para informar ao Procon o resultado das negociações com os formandos. Caso os alunos tenham aceitado a proposta, ela deve apresentar um “plano de conformidade”, que será acompanhado pelo órgão de defesa até a data da festa, em janeiro de 2024.

Se os formandos não concordarem com a oferta da empresa, segundo o Procon, o caso será enviado para análise e providências da equipe de fiscalização. Nesta situação, é provável que seja movida uma ação de danos morais contra a empresa.

Investigação

A estudante Alicia Dudy Veiga prestou depoimento na última quinta-feira (19/1) à Polícia Civil, confessou o desvio do dinheiro e foi indiciada por apropriação indébita. Por enquanto, a aluna de medicina de 25 anos vai responder ao processo em liberdade, mas existe a chance de ela ser alvo de um pedido de prisão preventiva.

Além do inquérito que investiga o crime de apropriação indébita, Alícia também é investigada por outro inquérito, que corre no Deic de São Bernardo do Campo, sobre estelionato e lavagem de dinheiro. Essa investigação teve início após a estudante tentar apostar quase R$ 900 mil em jogos de loteria.

No depoimento à polícia, ela afirmou ter feito os jogos na tentativa de recuperar o dinheiro da formatura que havia perdido. Além das apostas, Alicia admitiu ter gastado parte da quantia em benefício próprio, com aluguéis de carro e apartamento, além da compra de equipamentos eletrônicos, como um iPad de última geração.

Até o momento, a polícia ouviu Alícia, dois alunos e um membro da empresa responsável. Outras pessoas ligadas à empresa serão ouvidas, assim como a namorada da suspeita e outros membros da comissão de formatura.

O que diz a ÁS Formaturas

A ÁS Formaturas afirma que não era responsável pela realização ou produção do evento de formatura. A empresa era incumbida de arrecadar os valores dos formandos e transferir para a turma.

Em nota, a ÁS informou que “todas as transferências foram realizadas rigorosamente conforme estabelecido nas cláusulas contratuais”.

A empresa afirma que os “critérios para movimentação dos valores arrecadados estão estabelecidos no contrato celebrado entre a Comissão de Formatura e a Ás Eventos”, o qual prevê que “o repasse dos valores arrecadados poderia ocorrer para conta definida pela comissão de formatura, podendo ou não ser de titularidade da mesma”.

A ÁS diz ainda que a comissão de formatura não criou uma conta bancária de pessoa jurídica para receber os valores e que a conta indicada “foi a conta corrente da Presidente da Comissão, Alícia Dudy Miller Veiga”.

“Além disso, todas as transferências para a presidente da comissão foram comunicadas à Comissão de Formatura – que conta com 20 alunos – por meio de relatório gerencial e mensagens enviadas via e-mails e grupo de WhatsApp reunindo a comissão e a Ás”, afirmou em nota a empresa.

A ÁS Eventos diz que prestou esclarecimentos à polícia e ao Procon e que continua à disposição das autoridades.

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