São Paulo – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou nesta terça-feira (28/2) que os estudos para a privatização da Sabesp devem ter início ainda em março e que se eles apontarem que a tarifa de água pode aumentar com a desestatização, o governo admite “dar um passo atrás”.
“Se chegar e ver que a tarifa vai explodir, que a gente não consegue trazer a segurança que a tarifa vai baixar, a eficiência que imagina, vamos dar um passo atrás [na privatização]. Afinal, eu tenho uma empresa que trabalha razoavelmente bem”, declarou ele, durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
Ao falar que a companhia trabalha “razoavelmente bem”, Tarcísio faz alusão ao lucro líquido da Sabesp. O valor acumulado entre janeiro e setembro de 2022 é de R$ 2,47 bilhões. O balanço do último trimestre do ano passado ainda não foi publicado.
“Se você não tiver absoluta convicção, você dá um passo para trás. Você não faz privatização por fetiche, não faz privatização por fazer”, disse o governador.
O secretário de Parceria em Investimentos, Rafael Benini, explicou que a Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês), ligada ao Banco Mundial, enviará ainda nesta semana o contrato para o início dos estudos de privatização da Sabesp.
Pacotão
Nesta terça, Tarcísio anunciou um pacote de 15 projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs) e dois de estatização, referentes às privatizações da Sabesp e da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae).
O anúncio foi feito após uma reunião do Conselho Gestor do Programa de Parcerias Público-Privadas (CGPPP) e do Conselho Diretor do Programa de Desestatização (CDPED) – este último é presidido pelo vice-governador Felicio Ramuth (PSD).
De acordo com o governo estadual, os investimentos podem alcançar R$ 180,17 bilhões. Os projetos anunciados nesta terça foram:
- Transferência da sede do governo para o centro de São Paulo;
- Privatização dos serviços de manutenção de 500 escolas da rede estadual;
- Complexo Ginásio do Ibirapuera;
- Museu no Casarão Franco de Mello, na Avenida Paulista;
- Estrada de ferro de Campos do Jordão;
- Concessão das linhas 10, 11, 12, 13 e 14 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM);
- Trens intercidades entre São Paulo e as cidades de Campinas, Sorocaba, São José dos Campos e Santos (as últimas três ainda em estudos);
- Loteria paulista;
- Transporte rodoviário intermunicipal de passageiros;
- Travessias litorâneas;
- Travessia seca entre Santos e Guarujá;
- Concessão de 1,8 mil km de rodovias;
- Exploração de alguns serviços e obras do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE);
- PPPs em rodovias que levam ao litoral paulista;
- Trechos da rodovia Rio-Santos (SP-055) que levam do entroncamento com a Mogi-Bertioga até o Porto de São Sebastião e da Praia de Martin de Sá até a Rodovia Oswaldo Cruz.
